A regulamentação da importação de 1 milhão de toneladas de trigo - isentas da alíquota de 10% da Tarifa Externa Comum (TEC) incidente sobre as compras feitas fora de países do Mercosul - foi publicada nesta segunda-feira, dia 18, no Diário Oficial da União (DOU). A medida, que entra em vigor em 1º de abril e se encerra no dia 31 de julho, visa a atender à demanda dos moinhos, por causa da quebra da safra brasileira. Houve também problemas de queda da produção e perda de qualidade do trigo na Argentina, que abastece metade do consumo nacional. O objetivo é garantir o abastecimento interno e evitar pressões inflacionárias.
A Portaria da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), estabelece que uma cota de 900 mil toneladas de trigo (90% do total previsto) será efetuada de acordo com o volume importado por empresa ao longo do ano passado, tendo com piso de participação 0,75% das importações.
A Secex definiu que 10% da cota (100 mil toneladas) serão utilizados como reserva técnica "para atender a situações não previstas, podendo ser também destinada a amparar importações de empresas que compraram no exterior quantidade inferior a 0,75% do total importado". Segundo a Portaria, na análise e deferimento dos pedidos será obedecida a ordem de registro das licenças de importação. A cota inicial a ser concedida a cada empresa será limitada a 30 mil toneladas.
Área maior na safra
A triticultura no Brasil Central deverá recuperar a redução de 10% da área de plantio verificada nas últimas duas safras. O que levará os agricultores dos Estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Distrito Federal a apostarem no trigo é o aumento do preço dos grãos.
O trigo foi recuperando aos poucos a competitividade no mercado, e a comercialização passou de R$ 36 para R$ 50 por saca de 60 quilos, vendida a uma média de R$ 45.
A estimativa de crescimento da triticultura nesta região é do pesquisador Júlio César Albrecht, da Embrapa Cerrados (Planaltina-DF), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária-Embrapa.
"Em 2013, a área semeada com trigo no Brasil Central só não irá se expandir ainda mais por falta de semente no mercado", ressaltou o pesquisador.
A semente foi comercializada em média a R$ 2 por quilo, tendo em alguns casos chegado a R$ 2,50 por quilo. Na safra anterior, a semente ficou entre R$ 1,20 e R$ 1,50 o quilo.
A redução da área de plantio de trigo nas duas safras anteriores foi consequência do alto preço do feijão, que fez com que os agricultores preferissem substituir a cultura.
Veículo: DCI