As vendas do comércio varejista devem crescer entre 5% e 6% neste ano, prevê o presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque Pellizzaro Júnior. A estimativa considera apenas o volume de vendas a prazo de produtos de baixo e médio valor agregado. Se a projeção se confirmar, as vendas devem ter aumento inferior ao registrado no ano passado, que foi de 6,75%.
"O nível de comprometimento da renda do consumidor permanece em um patamar bastante elevado", afirmou. Já o Produto Interno Bruto (PIB) do comércio, segundo a CNDL, deve aumentar 5%, também menos que os 8,4% verificados no ano passado.
Outro indicador diz respeito à taxa de inadimplência, que avançou 6,65% em fevereiro de 2013, na comparação com a do mesmo mês do ano anterior. Segundo informou a CNDL, em conjunto com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), a pesquisa também traz boas notícias: o volume de vendas a prazo subiu 11,23% e o cancelamento de registros de inadimplência teve crescimento de 8,5%.
De acordo com o presidente da entidade, Roque Pellizzaro Júnior, o aumento do atraso no pagamento de contas é consequência das medidas de estímulo ao consumo somadas à falta de planejamento do consumidor, que não se programa para comprar.
"Alta empregabilidade, crescimento salarial real, taxa de juros baixa e ampliação da oferta de crédito são fatores que favorecem o consumo. A pesquisa aponta que o consumidor brasileiro, principalmente o das classes mais emergentes, ainda não sabe lidar com a grande oferta de crédito", comentou.
A pesquisa apontou ainda que o volume de vendas a prazo subiu 11,23% em fevereiro, quando comparado ao do mesmo mês do ano anterior. O índice é relativo às consultas feitas para compras a prazo e pagamentos em cheque. Apesar do número positivo, Pellizaro destacou que a alta não pode ser considerada uma recuperação do setor. "Deve ter o crescimento positivo, mas não tão bom. Todas as molas propulsoras apresentam sinais de esgotamento, não se pode empregar mais gente nem aumentar salário sem aumento de produtividade. E a inflação, que continua corroendo o salário do trabalhador, não apresenta nenhum sinal de arrefecimento", comentou.
Cancelamento
Segundo a entidade, houve crescimento de 8,5% no cancelamento de registros de inadimplência, utilizando a mesma base de comparação. "O aumento do número de cancelamentos resulta de uma melhor condição financeira dos consumidores, em função da estabilidade no mercado de trabalho, combinada com aumento dos rendimentos e facilidades de pagamentos proporcionadas pela queda dos juros, o que possibilita que mais consumidores quitem suas pendência junto ao SPC". A CNDL considera inadimplência os atrasos de cerca de 30 dias em prestações ou mensalidades de compras no varejo.
O levantamento considera mais de 150 milhões de consumidores cadastrados, em 800 mil postos de vendas localizados em todo o País.
Veículo: DCI