Para o varejo, previsão é de um incremento de 4%, aponta Abit.
A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) aposta em uma leve recuperação do setor, embora lenta, em 2013. A expectativa da entidade é de que a produção cresça cerca de 2% neste ano. Já em relação ao varejo, a perspectiva é ainda mais positiva: de um incremento de 4%.
De acordo com o presidente da Abit, Aguinaldo Diniz Filho, apesar das boas perspectivas, a indústria de confecção enfrenta sérios desafios no país, principalmente aqueles relacionados à perda da competitividade do setor, em função da elevada carga tributária e dos altos custos com logística. Nesse sentido, a entidade está à espera da aprovação de um Regime Tributário Competitivo para Confecção (RTCC).
O RTCC visa à desoneração, à simplificação e à desburocratização da carga tributária incidente sobre as confecções, "elo de maior intensidade de mão de obra da cadeia produtiva".
O regime, que está sendo elaborado por economistas de peso, está sendo construído para permitir que as empresas cresçam dentro de um regime tributário específico, que viabilize sua competitividade frente à forte, e muitas vezes predatória concorrência externa.
"A intenção é viabilizar a consolidação de empresas e a criação de novas unidades produtivas de grande porte, incentivar o ganho de escala para enfrentar a concorrência de grandes produtores externos e para atender o varejo de grande superfície, além de viabilizar e aumentar projetos de exportação", afirmou.
O não fortalecimento da indústria têxtil, conforme Diniz Filho, pode levar o país à perda de uma cadeia produtiva absolutamente relevante. Segundo dados da Abit, somente no ano passado a indústria têxtil investiu cerca de US$ 2,2 bilhões no Brasil.
Balanço - Em janeiro deste ano, a produção brasileira do segmento de confeccionados registrou aumento de 5,33% em relação a janeiro de 2012. Um resultado positivo, segundo Diniz Filho, já que o segmento de vestuário registrou queda de 4,4% na produção, em 2011, e queda de 10,5%, em 2012.
"Ao mesmo tempo, temos que levar em consideração que este crescimento foi registrado sobre uma base muito baixa que foi o mês de janeiro de 2012, cuja produção, segundo o IBGE, foi a mais baixa de uma série histórica desde janeiro de 2002", ressaltou. Mesmo com o crescimento de 5,33%, o índice de produção de janeiro de 2013 ainda está 25% inferior ao de janeiro de 2002, mês de início desta série histórica.
Já no setor têxtil, foi registrada queda de 2,83% em relação a janeiro de 2012. Segundo Diniz Filho, isso ocorre porque o segmento, por envolver maior escala e intensidade em capital, leva um pouco mais de tempo para reagir aos movimentos de mercado, além de ter maior disponibilidade de estoques para abastecimento de demandas rápidas e pontuais.
Na avaliação do presidente da Abit, embora a expectativa seja de evolução do setor ao longo de 2013, os dados de produção da indústria de vestuário, embora positivos, são muito pontuais e não podem ser analisados como tendência. No entanto, a Abit estima que o setor deverá ter em 2013 aumento de produção de até 2%, o que significa uma leve recuperação das graves perdas registradas em 2011 e 2012.
Veículo: Diário do Comércio - MG