Companhia de shopping center da PDG, REP tem novo comando

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A operação de shopping centers da PDG, conduzida pela Real Estate Partners Desenvolvimento Imobiliário (REP), enfrenta um processo de mudanças profundas, numa tentativa de dar um novo rumo à empresa, e especialmente, sair do prejuízo. Com 20 empreendimentos no portfólio, a maioria de pequeno porte, a empresa trocou de presidente, mudou cerca de 80% dos cargos de segundo e terceiro escalões e contratou a consultoria Falconi, de Vicente Falconi, para rever a forma como a empresa tem trabalhado nos últimos anos.

A decisão de reestruturá-la é puramente estratégica. Há três semanas, Marco Kheirallah, diretor financeiro da PDG disse a analistas que a empresa recebeu duas propostas de venda da REP, analisou por três meses, mas decidiu ficar com o negócio. "Nossa visão é muito simples: em vez de vender por um valor 'x' hoje, vamos investir tempo e, principalmente, gestão durante dois ou três anos e ganhar um grau de liberdade para daqui a dois ou três e, com um ativo mais valorizado, decidir o que fazer". Disse que a área da REP não é o "core" da PDG e que a empresa não vai aumentar investimentos na REP, o que abre espaço para rumores em torno de uma possível venda da REP no futuro.

Vários pontos passaram por revisões internas: dos valores e da cultura, pouco claros em todos os escalões da companhia, até a definição de responsabilidades entre executivos. "Não tínhamos claro a responsabilidade das pessoas, existiam bolas divididas, o que atrasava uma tomada de decisão ", diz o novo presidente da REP, Thiago Lima, ex-diretor de desenvolvimento da BRMalls, em sua primeira entrevista no cargo. "Também trabalhávamos sem levar em conta os méritos dos funcionários. Isso desestimula. A ideia é ter uma empresa em que ninguém tenha o mesmo salário. Quem faz mais, ganha mais".

A contratação de Lima foi reflexo dessa necessidade de reestruturar a REP, depois que a PDG adquiriu o controle da empresa, em junho de 2011 - quando a participação da PDG passou de 25% para 54,27%. A LDI Desenvolvimento Imobiliário ficou com os 45,73% restantes. O CEO anterior, Fabio Buazar, foi para o conselho de administração. Cinco meses após a mudança de controle, a REP contratou Gerson Sallum, ex- Gafisa, para a diretoria de engenharia. E há um ano, Odivaldo Silva (ex- JHSF) foi chamado para a diretoria de desenvolvimento e operações.

O processo de reestruturação, iniciado no começo de 2012, foi dividido em duas fases. A primeira fase já foi implementada e a segunda, neste ano. Princípios e cultura da companhia já foram discutidos. "Tivemos que definir o que queríamos das pessoas, de acordo com os valores da empresa, e a partir daí, passar para questões mais práticas, do dia a dia da empresa". Em dezembro, foi feita a primeira reunião mensal, sob comando de Lima, para tratar de metas anuais das áreas do grupo. Semanalmente, a companhia também passou a fazer reuniões para verificar como está o plano para atingir essas metas.

Nesse processo, planos de crescimento orgânico foram congelados. A empresa continuará a tocar o que já estava planejado antes de 2012 - isso inclui o Shopping Botucatu, Shopping Várzea Paulista e Grand Mall Jundiaí. São 20 empreendimentos no portfólio, sendo 15 deles num formato menor, de shoppings de vizinhança, com até 10 mil metros quadrados. Para efeito de comparação, a REP tem shoppings que somam 170 mil metros quadrados de área bruta locável, e a Multiplan, 700 mil metros ao fim de 2012.

Passada a fase de mudanças, o comando da REP avalia que terá uma empresa pronta para triplicar o valor de mercado no prazo de cinco anos (o valor atual não foi informado). "O plano é fazer o 'break even' no ano que vem", diz Lima. Esse plano é tocado num momento delicado da história da PDG. Esta entrega resultados fracos e fez cortes de orçamento. "O fato de os ajustes acontecerem nesse momento da PDG até é bom porque estamos fazendo as mudanças sem ter que correr e crescer de qualquer forma. Estamos todos passando por ajustes". diz Lima.



Veículo: Valor Econômico


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