O Brasil registrou abertura de 112.450 vagas formais de trabalho em março, ligeiramente acima do esperado pelo mercado, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado ontem Ministério do Trabalho.
Pesquisa da agência Reuters feita com analistas de mercado mostrou que a mediana das expectativas era de abertura de 110 mil vagas.
O resultado do mês passado, o melhor dos últimos três anos para meses de março, ficou inferior aos 123.446 empregos gerados em fevereiro e acima das 111.746 vagas abertas em março de 2012, nos dados sem ajustes.
A oferta de emprego com carteira assinada no mês passado foi puxada pelo setor de serviços, com 61.349 vagas, já descontadas as demissões. A indústria da transformação registrou contratação líquida de 25.790 trabalhadores e a construção civil admitiu 19.709 operários.
Já o setor da agricultura apresentou números negativos, segundo o Caged. O relatório divulgado ontem apontou o fechamento de 4.434 vagas no País.
Salários – Ao comentar os dados, o ministro do Trabalho, Manoel Dias, disse ontem que o avanço das oportunidades no setor serviços, que influenciou o resultado de março, está ligado à melhora dos salários dos trabalhadores.
Manoel Dias também argumentou que as oportunidades de trabalho no setor industrial são um sinal de recuperação do setor, e explicou que a seca no Nordeste e a entressafra influenciaram os dados negativos do emprego na agricultura do País.
O mercado de trabalho é uma das principais variáveis que sustentam o crescimento econômico, neste momento em que a retomada da economia brasileira ainda não deu sinais consistentes.
Mesmo assim, a demanda já começou a dar sinais de cansaço, com as vendas de varejo tendo registrado em fevereiro deste ano a primeira queda em quase dez anos, afetadas principalmente pela inflação ainda elevada.
Desemprego – Em relação ao nível de desemprego no País, o último dado divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), refere-se a fevereiro deste ano quando a taxa ficou em 5,6%, o nível mais baixo para esses meses desde o início da série do instituto em 2002.
Ontem, o Ministério do Trabalho corrigiu à noite informação divulgada mais cedo sobre a previsão de geração de empregos durante o governo Dilma Rousseff.
Expectativa – Segundo o ministério, a expectativa é de que até o final deste ano seja alcançado o número de 5 milhões de novas vagas desde o início do mandato da presidente Dilma.
Durante a divulgação ontem do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, o ministro do Trabalho, Manoel Dias, havia dito que a previsão era de uma geração de 5 milhões de novas vagas até o final do governo Dilma, em dezembro de 2014.
No entanto, até março deste ano, já houve uma geração líquida de empregos de 3,8 milhões desde o início do atual governo. Portanto, o número citado deve ser atingido no final deste ano.
Veículo: Diário do Comércio - SP