Em processo de retomada das atividades desde agosto do ano passado, a partir da aquisição pelos empresários Sérgio Noschang e Nestor Perini, a Indústria Farmacêutica Basa, de Caxias do Sul, acertou duas parcerias com grupos estrangeiros para a produção de medicamentos no Brasil. Com estas ações, além de investimentos na empresa, os novos controladores querem transformar a cidade em novo polo do setor farmacêutico nacional.
O mais recente acordo, que envolve transferência de tecnologia e formação de joint-venture, foi fechado com a argentina Denver Farma visando à produção de insulina humana recombinante. A empresa caxiense planeja produzir inicialmente 300 mil frascos por mês e 600 mil cartuchos para sistemas de aplicação de forma a atender cerca de 20% da necessidade anual do Ministério da Saúde.
O CEO da Basa, Sérgio Noschang, argumenta que, além de beneficiar a empresa, a incorporação desta tecnologia ajudará a suprir necessidades do País, abrindo novo capítulo de desenvolvimento tecnológico associado, que pode dar origem a outros biofármacos. “Estima-se a existência de um milhão de diabéticos no Brasil, que dependem exclusivamente de insulina. Considerando-se que a cada hora mais de 27 pessoas recebem o diagnóstico da doença, deveremos ter, em 2030, população de 12 milhões de brasileiros com um dos tipos de diabetes”, alerta.
Ao firmar o acordo, a Basa entra num segmento que, em 2015, deve movimentar US$ 15 bilhões no mundo, com crescimento anual estimado de 6%. Atualmente, a Denver Farma é a única empresa a produzir o produto na América Latina, sendo que o mercado global é controlado por três organizações que detêm 90% do mercado.
Em fevereiro, a Basa já havia firmado acordo com o laboratório Yuria Pharm, da Ucrânia, para transferência de tecnologia para a produção de medicamentos, como soros hospitalares especiais, antibióticos injetáveis, antifúngicos e anestésicos. O objetivo é que futuramente sejam fabricados na unidade caxiense. O parceiro produz anualmente 60 milhões de unidades farmacêuticas e exporta parte para diversos países, especialmente àqueles localizados na área da antiga União Soviética, Ásia e África.
Noschang destaca que os acordos internacionais integram o plano estratégico de alcançar vendas próximas a R$ 500 milhões em 2017. A empresa também elevará, na segunda metade do próximo ano, de 2 milhões para 6 milhões por mês a capacidade de produção de soluções parenterais de grande volume. Os investimentos projetados em R$ 42 milhões ainda incluem a construção de nova fábrica. Fundada há mais de 50 anos e líder regional na produção de soluções parenterais de grande volume, a Basa emprega 250 funcionários.
Veículo: Jornal do Comércio - RS