O fluxo superior a 4 milhões de passageiros que utilizam diariamente o transporte público, em especial, as linha de metrô, só na capital paulista tem atraído um número maior de incorporadoras e administradoras de shopping centers (malls), que inauguram espaços e ganham mais visibilidade perante ao consumidor, justamente por estarem em sua rota de passagem até diária.
Estudos informais de mercado divulgados no ano passado indicam que devido ao crescimento de 44% no fluxo de pessoas que andam de metrô - nos últimos cinco anos -, existe a possibilidade de a cidade de São Paulo receber mais nove empreendimentos nesse perfil. Entre as estações que agregariam shoppings estaria a Vila Madalena, na linha Verde, mas segundo a empresa responsável pela construção do empreendimento, a Método Engenharia, o projeto ainda não saiu do papel. Segundo informações de especialistas do mercado, o metrô estaria avaliando planos de players para as operações nas estações Jabaquara, Santana, Carrão, Penha, Marechal Deodoro, São Bento e Sacomã. Empresas e a administração do Metrô foram procuradas, mas não responderam até o fechamento da edição. Para Luiz Alberto Marinho, sócio-diretor da GS&BW (unidade da GS&MD - Gouvêa de Souza especializada em Shopping Centers) como o setor só representa 19% das vendas do varejo, ainda há muito espaço para o crescimento.
"Temos 458 shoppings em operação, sendo que um terço está em São Paulo. Com esses números dá para afirmar que ainda há muito potencial de crescimento para o setor", disse ele ao DCI, ao que completou: "Nossa Área Bruta Locável (ABL) por mil habitantes é imensamente inferior a de países como o México, por exemplo".
Ainda segundo o executivo, outro fator que deve ser ressaltado é o desse potencial, ser influenciado pelo aumento do poder aquisitivo do consumidor brasileiro. "Isso acontece em função do novo perfil do consumidor, com maior poder aquisitivo e concentrado em São Paulo."
Questionado sobre o número crescente de shoppings anexos aos metrôs, o especialista explicou que isso atrai a atenção dos investidores, pois agregam, em um mesmo espaço, todas as necessidades da população. "Toda vez que o consumidor unir todas as suas necessidades em um só lugar e que o mesmo ofereça diversidade de opções, isso terá retorno", disse ele.
Hoje, o setor é composto por quatro empreendimentos, só em São Paulo: Shopping Metrô Tatuapé, e seu anexo o Metrô Boulevard Tatuapé; o Shopping Metrô Itaquera, além do Shopping Metrô Santa Cruz.
O mais recente é o Shopping Metrô Tucuruvi, com mais de 30 mil metros quadrados de ABL e que terá sua primeira fase aberta ao público hoje, na zona norte da capital. Com investimento de R$ 238,4 milhões, o novo empreendimento é obra da JHFS, que já detém o Shopping Metrô Santa Cruz.
Segundo Robert Harley, diretor de Shoppings da incorporadora, essa operação vem para suprir a demanda dos consumidores da zona norte, que contavam apenas com dois shoppings. "Vamos suprir a demanda com uma estrutura maior e com mais opções aos consumidores da zona norte", comentou ele.
Por ser uma operação integrada ao metrô e ao terminal de ônibus da região, o empreendimento tem diferenciais: ênfase em operações de serviços, como lotérica, agência bancária, farmácia, lavanderia, entre outras. Além disso, o segundo pavimento do shopping, que dará acesso ao metrô, terá operações de alimentação rápida como a Creperia, Casa do Pão de Queijo, e afins.
As lojas âncoras são Renner, C&A, Marisa, Riachuelo, Magazine Luiza, Casas Bahia. O mall receberá a primeira loja da Ikesaki dentro de um shopping, assim como a bandeira Memove, de vestuário e um posto de atendimento do Hospital Cema - ambulatório especializado em oftalmologia e otorrinolaringologia.
Também como diferencial, o Shopping Metrô Tucuruvi tem um horário flexível. Por estar anexo a dois meios de transporte, ele abrirá suas portas às 4h40 da manhã e fechará assim que o transporte público parar de operar. "Apesar disso, as lojas funcionarão no horário normal de um shopping, ou seja, das 10 horas da manhã às 22h. Apenas os corredores, devidamente fiscalizados por seguranças, farão com que a população tenha um lugar seguro ao se dirigir ao metrô ou ao terminal de ônibus", disse Antônio Saugo, superintendente da JHSF.
Também segundo informações de Saugo, o empreendimento segue algumas características do Shopping Cidade Jardim - também da JHSF. "Alguns mobiliários e o conceito de corredor únicos foram copiados do Cidade Jardim", disse ele. E concluiu: "Trouxemos um pouco de luxo à operação". Além do Tucuruvi, está em construção outro empreendimento na capital, o Tietê Plaza, previsto para outubro e interligado ao terminal rodoviário.
Veículo: DCI