O vice-presidente de Agronegócio e de Governo do Banco Brasil (BB), Osmar Dias, disse ontem, na reunião da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara, que o novo Plano Safra que será anunciado até o fim de maio pela presidente Dilma Rousseff contará com um programa de incentivo à armazenagem, "com taxa de juros e prazos adequados".
Ele lembrou que a capacidade de armazenamento no Brasil, de 140 milhões de toneladas, está muito abaixo das necessidades, pois, pelos indicadores internacionais, deveria haver espaço suficiente nos silos para estocar 220 milhões de toneladas de grãos.
Dias disse também que a administração federal está preocupada com a política de armazenagem para regular os estoques públicos e garantir a segurança alimentar. O armazenamento em propriedade rural e também por parte das cooperativas e empresas privadas é estratégico. Uma das ideias em estudo, adiantou, é a construção de armazéns privados que possam ser alugados pelo Executivo.
Segundo o executivo do BB, o banco terá maior participação na questão da infraestrutura e logística, em parceria com os diversos órgãos da gestão federal, como no programa de construção e reforma de 270 aeroportos, que demandará financiamentos da ordem de R$ 7,5 bilhões. E também financiará obras de rodovias e ferrovias.
O BB já atingiu as metas previstas para o crédito rural na safra 2012-13, que começou em julho do ano passado e vai até junho deste ano. Conforme Dias comentou, a instituição financeira atingiu 104% das metas até junho nos empréstimos para a agricultura familiar e 99% para o setor empresarial. "Vamos superar o total de R$ 55 bilhões previstos", garantiu.
No início do atual ano-safra, a instituição anunciou que o alvo era aumentar os recursos para o cultivo familiar em 14% (chegando aos R$ 10,549 bilhões) e para a agricultura empresarial também em 14% (alcançando os R$ 44,5 bilhões). Os dados divulgados na última quarta-feira pelo vice-presidente de Agronegócio mostram que houve crescimento de 22% no montante de financiamento de custeio, além de de 32% para os investimento da agricultura familiar. No caso do empresarial, o crédito de custeio cresceu 29% e para os investimento, o avanço foi de 21%. O total de liberações aumentou 28%.
Dias explicou que a carteira de crédito rural do BB é de R$ 108 bilhões, dos quais R$ 12 bilhões vão para o médio produtor, R$ 24 bilhões para a agricultura familiar e outros R$ 72 bilhões para a empresarial. O banco responde por 62,5% de todo crédito rural acessado pelo produtor rural brasileiro.
Durante a audiência, o vice-presidente acentuou que "aquela história antiga de que agricultor dava calote não é verdade". "Os números mostram o contrário, o agricultor paga a conta", acrescentou ele.
De acordo com Dias, enquanto a média de inadimplência no Banco do Brasil, no mês de dezembro, era de 2,5%, no caso da carteira de crédito rural estava em 0,6%. "A agricultura puxa para baixo a inadimplência no banco", alega.
Veículo: Diário do Comércio - SP