CMN define preço mínimo para o café

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Cafeicultor quer reajuste para a saca de 60 kg, dos atuais R$ 261 para R$ 340.

Produtores mineiros estão em plena campanha por medidas que ponham fim à crise do café, cujos impactos já começam a afetar a economia de pelo menos 400 municípios do Estado. Principal reinvindicação do setor, a elevação do preço da saca de 60kg - dos atuais R$ 261 para R$ 340 - está prevista para ser votada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), hoje, em Brasília.

Nos últimos dias, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Roberto Simões, esteve reunido com o ministro da Agricultura, Antônio Andrade, e com o governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, pedindo apoio à reinvindicação.

No sábado passado, Simões recebeu a senadora e presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Kátia Abreu, em Guaxupé; para debaterem a crise e traçarem estratégias de ação com cafeicultores e representantes de cooperativas,ásindicatos e lideranças politicas do Sul de Minas.

Ele destacou que a elevação do preço mínimo do café é prioridade, já que o grão tem sido cotado abaixo dos custos de produção, sem qualquer razão além da especulação de mercado. "Todas essas políticas de garantia que pedimos já foram usadas em diversas ocasiões, sempre com resultados positivos para a economia brasileira e sem grandes ônus para o governo. Basta que ele sinalize que está garantindo a compra e os preços, que o mercado reagirá, seguindo um caminho tão necessário para milhares de produtores e, de forma geral, para todo o povo brasileiro".

Impacto - Os baixos preços do café têm impacto direto na economia mineira. O grão é cultivado em 607 dos 853 municípios do Estado, sendo a principal atividade econômica em 340.

Se Minas fosse um país, seria o maior produtor mundial de café. Para se ter uma ideia, no ano-safra 2012/13, uma em cada cinco xícaras de café consumidas no mundo saiu de Minas Gerais. Maior colheita nos 300 anos de cultivo do grão no Brasil, a safra 2012 totalizou 50,48 milhões de sacas em todo o país, um crescimento de 16,1% em comparação com a anterior.

Desse total, 26,63 milhões (cerca de 52%) tiveram origem em Minas Gerais, em área plantada de 1,1 milhão de hectares, distribuídos por mais de 600 municípios. Segundo a Organização Internacional do Café (OIC) a produção mundial no período foi de 127,41 milhões de sacas, o que confirma a participação mineira da ordem de 20,9%. Para 2013, safra de ciclo baixo, a produção esperada para o país é de cerca de 47 milhões de sacas, sendo 25,7 milhões produzidas em Minas Gerais.

Em 2012, o café respondeu por R$ 11,4 bilhões (produção e indústria), ou 8,6% do PIB do agronegócio mineiro, que somou R$ 132,4 bilhões. O Valor Bruto da Produção de Café em 2012 somou R$ 10,9 bilhões, com a saca comercializada a um preço médio de R$ 407,60. O VBP do café representa 31% do valor da soma dos 20 principais produtos agrícolas de Minas Gerais. Para 2013, o VBP de café está estimado em R$ 8 bilhões.

O café é também o principal produto de exportação do agronegócio e o segundo na pauta total de Minas Gerais, atrás apenas do minério de ferro. Em todo o ano de 2012, as exportações mineiras de café somaram US$ 3,8 bilhões, o equivalente a 48% das vendas internacionais do agronegócio. Os principais destinos foram Alemanha, Estados Unidos, Japão e Itália, que juntos responderam por 59,8% das compras de café. Somente no 1º bimestre, 2,8 milhões de sacas saíram de Minas rumo ao exterior, rendimento de US$ 561,1 milhões.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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