Mandioca importada do Sul do país é até 30% mais barata

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Seca afeta o plantio de frutas, a produção de mel e até mesmo a exportação de couros

Jânio dos Anjos, 44, não se conforma. A mandioca que chega da região Sul do Brasil está mais barata que a antes produzida por ele, no agreste do Rio Grande do Norte.

A casa de farinha que montou há sete anos, ao custo de R$ 200 mil, fechou as portas por causa da seca."O governo não está ajudando em nada", reclama o produtor, cujo pequeno negócio na cidade de Vera Cruz (RN) foi eleito como empreendimento referência em 2008 pelo Sebrae local.

A planta e os protótipos serviram de modelo a outras 11 casas de farinha no Estado. Agora, o produtor afirma que somente poderá reabrir a unidade se voltar a chover com frequência.

A mandioca é essencial na dieta do sertanejo, mas seu preço na região subiu de R$ 0,28 para R$ 1/kg. Com isso, a farinha que chega do Paraná e de Santa Catarina fica até 30% mais barata.

MAIS DE UM VILÃO

"O vilão da inflação não é só o tomate. Manga e maracujá também viraram ouro", declara Rogério Sá, agricultor em Rio de Contas (BA).

O maior comprador das frutas é a Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), para onde seguem em carretas refrigeradas. O valor das que sobraram aumentou até 50%.

No mel, os enxames abandonaram as colmeias, sobretudo no Estado do Piauí, líder nacional em produção. "Como não chove, não tem flor para as abelhas se alimentarem e elas debandam", afirma José da Costa, da Associação de Apicultores de Serra do Mel (RN).

MAIS PREJUÍZO

A seca também prejudicou a exportação de couro. Ovinos e caprinos estão mais magros e com couro fino e arranhado pela vegetação e por arames, porque vão a extremos para buscar comida.

Governos federal e estaduais têm tomado medidas emergenciais -como o uso de carros-pipa e programas como Seguro Safra, que dá R$ 136 às famílias sem condições de plantar. A ajuda também vem da Bolsa Estiagem, no valor de R$ 80.

No início de abril, a presidente Dilma Rousseff anunciou que os investimentos deverão chegar a R$ 16,6 bilhões.

Em novembro do ano passado ela prometeu "resolver de maneira estrutural" os problemas da seca no Nordeste.



Veículo: Folha de S.Paulo


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