Com quase o dobro de gorduras, que garantem sua cremosidade, o produto também contém mais sódio e calorias
Muito consumido na Europa e trazido ao Brasil há menos de um ano, a variedade de iogurte oriunda da Grécia está conquistando rapidamente os consumidores brasileiros. Por ser um tipo de iogurte com quantidades maiores de proteína, mas também de gordura e sódio, a variedade apresenta textura e sabor que se destacam em relação às outras opções disponíveis no mercado – principalmente quando o quesito é cremosidade.
A diferença já começa no processo de fabricação. Segundo a nutricionista Anália Barhouch, mestre e doutoranda em obesidade pela Faculdade de Medicina da PUCRS, embora a fórmula seja mantida em sigilo pelos fabricantes, é possível perceber que a fabricação do iogurte grego é muito diferente do iogurte comum.
– Apesar de ter quase o dobro da quantidade de gorduras do que a versão tradicional (4g contra 2,4g, em porções de 100g), o iogurte grego tem menos açúcar e boa digestibilidade – acrescenta Anália.
A professora e coordenadora do curso de Engenharia de Alimentos da Unisinos, Janice da Silva, explica que a textura mais firme do iogurte grego é resultado de uma concentração de seus componentes sólidos, o que também faz com que ele tenha mais proteína e gordura. Essa concentração pode ser alcançada de duas formas, que variam de acordo com cada fabricante. Uma delas é um processo industrial, que remove parte do soro do produto. A outra maneira é pela adição de ingredientes como proteínas lácteas, creme de leite ou gomas naturais espessantes.
– Este é considerado um iogurte especial, e a qualidade dos produtos obtidos pelos dois métodos é bastante elevada. Ele é uma alternativa mais natural e saborosa para quem consome os produtos lácteos fermentados – completa a nutricionista.
Versão light pode ser opção
Disponível nas prateleiras do país desde julho de 2012, o iogurte grego se renova em 2013, chegando ao mercado também na versão light. Com a mesma textura, mas apenas metade da quantidade de gordura do que a versão normal, essa será uma opção mais indicada para quem está de dieta.
– O tradicional pode ser utilizado por quem não tem diabetes, colesterol alto ou que apresente bom gasto energético – diz Anália.
Uma pesquisa da EuroMonitor, de 2011, mostrou que o brasileiro consome 6,5 quilos de iogurte por ano, bem atrás de países como Holanda (campeão mundial no consumo). Para Anália, no entanto, os dados indicam a existência de um mercado ainda em expansão para o setor de iogurtes no Brasil.
Veículo: Jornal de Santa Catarina