Para agravar a queda das cotações, o governo brasileiro tarda em anunciar o novo preço mínimo do café
Cafebrás, que tem sede em Patrocínio, no Alto Paranaíba, nasceu de acordo de grupos brasileiro e japonês.
O mercado asiático tem atraído o interesse dos produtores de café de Minas Gerais. Na última semana, representantes do Grupo Montesanto Tavares, que atua na cadeia do café no Brasil e no exterior, e da Itochu Corporation, trading japonesa do setor, assinaram contrato para a criação de uma exportadora de cafés: a Cafés do Brasil S/A (Cafebrás), que tem sede em Patrocínio, no Alto Paranaíba.
"Resolvemos criar a empresa uma vez que o mercado asiático está se mostrando promissor. Juntos pretendemos expandir nossa atuação e ampliar os conhecimentos sobre o setor exportador do café", disse o vice-presidente da Atlântica Participações - uma das empresas do Grupo Tavares -, Rogério Schiavo.
A necessidade de criação da empresa surgiu diante das novas exigências e oportunidades do mercado mundial de cafés, tendo como foco os países asiáticos como Japão, China, Taiwan, Indonésia e Vietnã, que hoje apresentam altas taxas de crescimento de consumo do grão.
A ideia é que a parceria possibilite a promoção das regiões produtoras do grão brasileiras e proporcione a interação entre indústria e cafeicultor. Um dos principais objetivos do acordo é que o Tavares pretende se fortalecer na Ásia.
"Somos um grupo sólido e com atuação mundial, no entanto, devido às questões geográficas e de logística, ainda não atuamos no mercado asiático por completo. Já exportamos para o Japão e Coreia do Sul, mas pretendemos chegar aos demais países. E essa expansão será mais viável por meio de um interlocutor local, no caso, a Itochu", disse.
Cerrado - Segundo Schiavo, a Cafebrás tem como foco exportar o café produzido, principalmente, no Cerrado mineiro. A região é reconhecida como um dos mais importantes polos de produção do grão de alta qualidade. A safra na região gira em torno de 6 milhões de sacas de café ao ano, volume elevado, considerando que, em todo o Brasil, são produzidas cerca de 50 milhões de sacas.
O café que será destinado ao mercado asiático é classificado como fino e especial, possuindo várias certificações e o selo de Indicação Geográfica (IG) do Café do Cerrado. Devido aos investimentos em qualidade e na certificação do produto, a expectativa é que o grão seja negociado a preços mais rentáveis.
"Poucas regiões no mundo contam com solo propício, temperatura ideal e altitude adequada como Minas Gerais. Por isso, o Estado é o maior produtor do país, responsável por mais de 50% da produção nacional", afirmou o executivo.
O primeiro embarque deve ocorrer ainda neste mês e o destino será o Japão. A expectativa inicial é que sejam exportadas ao longo deste ano pelo menos 180 mil toneladas do produto. A empresa já possui acordos de vendas firmados até 2015.
Antes da criação da Cafebrás, as exportações destinadas ao mercado asiático respondiam por cerca de 30% do volume total movimentado pelo grupo Tavares, os envios eram principalmente para o Japão e Coreia do Sul.
Veículo: Diário do Comércio - MG