O agronegócio também quer garantir o seu lugar na lista dos setores favorecidos pelo governo federal com benefícios fiscais. Diferentes projetos no Congresso buscam o corte de impostos para a indústria de máquinas e implementos. O mais recente, aprovado na semana passada na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, quer ampliar a isenção de IPI. Já existente para tratores e colheitadeiras, a ideia é estender a vantagem a equipamentos de pequeno porte e também a produtos fabricados no Mercosul usados na agricultura familiar.
– A intenção é beneficiar pequenos produtores e assentados. Esse agricultor cumpre um papel importante na produção de alimentos, mas ainda carece de condições para entrar no mercado – observa a senadora Ana Rita (PT-ES), autora do projeto, para quem a inclusão de produtos de países do Mercosul não é motivo de preocupação para a indústria nacional.
De fato, a agricultura familiar é responsável por 70% da produção brasileira de alimentos, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento Agrário.
Enquanto o projeto do Senado vai agora em busca da aprovação na Câmara, outra frente se abre com a ida do presidente do Sindicato das Indústria de Máquinas e Implementos do Estado (Simers), Claudio Bier, a Brasília, na próxima semana. O dirigente reforçará uma solicitação feita anteriormente ao ministro Pepe Vargas para a redução de juros do Mais Alimentos.
Criado em 2008, o programa financia mais de 3 mil itens e já representou 25% das vendas da indústria no Estado. Hoje, caiu para 10%. Com taxa de juro de 2% ao ano – para operações acima de R$ 10 mil –, o programa ficou com pouca vantagem, no entendimento Bier, já que Programa de Sustentação do Investimento (PSI) atualmente tem taxa de 3%.
– A diferença entre o financiamento do médio e do grande produtor para o agricultor familiar ficou muito pequena – completa Bier.
Veículo: Zero Hora - RS