Apesar dos problemas, Riachuelo implantou em dois dias atualização em parte do sistema
Faltando apenas um mês para a entrada em vigor da Lei nº 12.741/12, que obriga varejistas e prestadores de serviço amostraram nas notas fiscais ou em painéis afixados em locais visíveis os impostos embutidos no preço dos produtos, o tema ainda gera dúvidas entre comerciantes e elaboradores dos softwares para o varejo.
“A Renner,por exemplo, conseguiu implantar o sistema em um dia”, conta Othon de Andrade Filho, diretor de Inteligência do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT).
A Riachuelo, uma das primeiras varejistas a se adequar à lei,utiliza software próprio e levou apenas um dia para implantar a atualização em sua loja no Shopping Tucuruvi. “Utilizamos o arquivo do IBPT, que contém a média tributária de todos os produtos ao longo de toda a cadeia produtiva”, diz Juliano Montroni, coordenador de Sistemas da rede de lojas.
Segundo ele, a atualização do sistema deve ser concluída até a primeira semana de junho, em todas as unidades de São Paulo, para depois seguir para o resto do país.
Montroni diz, entretanto, que pode haver dificuldade para implementar o sistema em alguns estado do país por conta de leis locais, que exigiriam homologação legal para alteração nos softwares. Ele cita como exemplo o Espírito Santo e o Tocantins.
Araquen Pagotto, presidente da Associação Brasileira de Automação Comercial( AFRAC), esclarece que a homologação de sistemas tem validade de um ano, e as atualizações e alterações apenas precisam ser comunicados à secretaria estadual responsável pelo recolhimento dos impostos. “As empresas têm apenas que comunicar as atualizações”, explica ele.
Para a Telhanorte, outra pioneira e que utiliza um sistema da empresa Linx, a adaptação do software também foi simples. “O que facilitou foi o trabalho do IBPT”, diz Renato Mazzarolo, diretor financeiro da Saint Gobain Distribuição Brasil. O problema está no tempo de implementação em toda a rede. A Telhanorte possui 36 lojas em São Paulo, Minas Gerais e Paraná.
“A nossa loja da Marginal Tietê (SP) está sendo usada como piloto. Em breve, chegaremos a outras unidades da capital paulistas, para depois irmos para nossas outras unidades. O grande problema é que a atualização é feita caixa por caixa, o que demora”, completa.
Empresa acompanha a reação dos clientes à nova informação
A Riachuelo está acompanhando de perto o recebimento da nova informação por seus clientes. “Alguns se mostram surpresos, outros não entendem do que se trata e há quem diga que é ótimo, pois poderão cobrar do governo”, conta Montroni. De acordo com ele, a intenção é promover a cidadania tributária entre os clientes. “Em muitos países, isso já está difundido”, acrescenta Mazzarolo.
“Nossa intenção é também pressionar para que haja uma reforma tributária e temos que trazer a população para discutir a questão”, finaliza Filho.
Veículo: Brasil Econômico