Brasil pretende ampliar e equilibrar relação comercial com o Egito

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Brasil e Egito decidiram ontem impulsionar as relações bilaterais, durante a primeira visita de um chefe de Estado egípcio a Brasília. Os dois países afirmaram a intenção de promover parcerias nas áreas de agricultura, biotecnologia, defesa, cultura, educação e políticas sociais. E demonstraram o interesse em ampliar e equilibrar o comércio bilateral.

O presidente Mohamed Morsi fez uma visita à Embrapa e teve um encontro com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. À presidente Dilma Rousseff, disse querer aproveitar a experiência brasileira no combate à fome e à miséria. Já o Brasil pretende ver empresas nacionais participando de obras nos setores de energia e transportes no Egito, maior mercado consumidor do mundo árabe e que passa por um momento de restruturação depois das mudanças decorrentes da Primavera Árabe.

"O presidente Morsi e eu decidimos impulsionar a cooperação entre o Brasil e o Egito em todos os níveis, priorizando as áreas econômica, social e cultural", disse a presidente, que agradeceu o apoio do Egito à eleição de Roberto Azevêdo para a diretoria-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Durante brinde em almoço oferecido no Itamaraty, Morsi, que busca ampliar o leque de parceiros de seu país, destacou que a revolução vivida pelos egípcios em 2011 trouxe ao país liberdade, democracia e novas perspectivas de abertura a países amigos. "Acreditamos que exista, sim, possibilidade de uma cooperação sólida."

Empresários que acompanharam os encontros, porém, mantiveram opiniões divergentes sobre as perspectivas de negócios. Alguns alertaram que a instabilidade verificada no Egito deve afastar companhias brasileiras do país árabe por enquanto. Já outros empresários, também sob a condição de não serem identificados, argumentaram que este é justamente o momento em que os investidores tendem a conseguir prospectar um maior número de negócios e ganhar a confiança do setor privado e do governo do Egito.

Morsi frisou que o apoio do governo brasileiro à criação de um Estado palestino e sua defesa de interesses de países árabes garante ao Brasil grande respeitabilidade na região. Ontem, Dilma reiterou a importância de um Estado palestino para que haja avanços no processo de paz no Oriente Médio.

"É preciso superar a paralisia que domina o processo de paz entre Israel e Palestina. É preciso valorizarmos o papel mediador do Egito no Oriente Médio e estendermos nossa mão para que, juntos, Brasil e Egito possam trabalhar ainda mais para a superação negociada de conflitos e construção de um mundo de paz", discursou Dilma, reafirmando preocupação com a situação na Síria. "Defendemos um cessar-fogo imediato efetivo e defendemos, também, o início de um processo político liderado pelos sírios, com o apoio da comunidade internacional."

O Egito e o Mercosul já assinaram um acordo de livre comércio, que ainda não rende frutos. Em 2012, o Brasil exportou para o Egito US$ 2,71 bilhões, 3,35% a mais do que no ano anterior. Já as importações de produtos egípcios somaram US$ 251,42 milhões, registrando uma queda de 27,07%.



Veículo: Valor Econômico


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