Apas gera negócios de US$ 47 milhões em exportações

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Os contratos fechados nas rodadas de negociação durante a Apas 2013 foram estimados em US$ 47 milhões em exportações, entre negócios fechados durante o evento e nos próximos doze meses. Os valores se referem aos negócios patrocinados pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) em parceria com quatro entidades setoriais.

"O crescimento deste ano se deve à expansão da nossa área de atuação. O número de compradores passou de 35 em 2012 para 60 neste ano", afirma Vinicius Estrela, coordenador Apex-Brasil. Outra razão para a boa aceitação nos mercados varejistas de muitos países é a "sensação de inovação" e o "apelo à saúde e ao bem-estar" transmitidos pelos produtos brasileiros.

A ação promovida pela Apex-Brasil tem foco nos setores de balas, confeitos e chocolates, biscoitos, frutas e café, além de produtos orgânicos e ligados à área de beleza. O estande montado pela Apex-Brasil no Expo Center Norte reuniu as 50 empresas brasileiras participantes da ação e 60 compradores estrangeiros "estrategicamente selecionados". Entre eles, estão importadores da Arábia Saudita, Jordânia, Panamá, Antígua, Bolívia, Canadá, Equador, Guiana, Haiti, Jamaica, Peru, Porto Rico, Suriname, Trinidad Tobago e Espanha. O estande brasileiro foi montado em parceria com as entidades setoriais da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab), Associação Nacional das Indústrias de Biscoitos (Anib) e Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf), ocupando uma área de 265 m2.

"Os importadores mais representativos são Peru, Colômbia e EUA. Entre os americanos, duas redes se destacam, a Central Market - de varejo focado em produtos de maior valor agregado - e a ATB, uma grande rede varejista do Texas", diz Estrela. "Eles vêm buscar itens que dão a sensação de inovação, produtos fresh. Querem produtos que estão relacionados à saúde e ao bem-estar. A água de coco está em alta", diz.

Compradores internacionais da Apex Brasil na Apas vêm se tornando importadores cativos, procurando produtos além dos tradicionais, como o café. "Muitos buscam novos negócios, já que o apelo da marca brasileira aumenta a rentabilidade do varejo deles. São compradores que querem descobrir novas tendências, mas os produtos tradicionais como café, carne e frutas, ainda são o carro-chefe", afirma.

Segundo o coordenador, a Apex-Brasil, por ser a maior feira do setor varejista da América Latina, com estimados 70 mil visitantes entre empresários e executivos do Brasil e do exterior, tornou-se um ponto de encontro privilegiado para as exportadores. "Nesse projeto, nosso esforço é o de identificar compradores internacionais que tenham complementaridade comercial com os exportadores brasileiros e interesse em parcerias de longo prazo", comenta.

A Apex-Brasil realiza cerca de 1.200 eventos anualmente no país e no exterior, 70% deles lá fora. "Operamos em parceria com o setor privado e levamos empresas brasileiras a exportar, a buscar oportunidades de investimentos no exterior e também a captar investidores em pesquisa e desenvolvimento no Brasil, que possibilitem alavancar nossas exportações", afirma Estrela. Para este ano, o grande projeto da Apex-Brasil é a Copa das Confederações, evento para o qual estão sendo aguardados cerca de mil compradores. "São empresários que virão de todos os continentes e terão aqui uma agenda de negócios de uma semana com o setor privado de 81 setores".

A variedade de sabores e de ingredientes está fazendo a diferença nas exportações de uma série de produtos brasileiros, diz Rodrigo Solano, gerente de exportação da Abicab. A entidade espera fechar negócios entre US$ 6 milhões e US$ 12 milhões na Apas deste ano, em um mercado onde Estados Unidos e América Latina respondem por 85% dos embarques. "Estamos identificando grandes oportunidades para as indústrias do ramo, principalmente para aquelas que estão investindo no desenvolvimento de competitividade, sabores e ingredientes", diz Solano.

Segundo ele, o Brasil é o terceiro maior produtor de chocolates e o terceiro maior produtor de balas. As exportações totais do setor em 2012 somaram US$ 310,3 milhões. O segmento de balas correspondeu a 53% desse valor, o de chocolates a 44%, e o de amendoim, a 3%. "As exportações brasileiras do setor acompanharam o comportamento das demais exportações brasileiras, que diminuíram com a desaceleração global", observa Solano.

O volume de exportação de café negociado na feira da Abras é estimado em US$ 1,5 milhão, devendo atingir US$ 5 milhões nos próximos 12 meses. A estimativa foi feita por Christian Santiago e Silva, gerente de exportação da Cafés do Brasil, marca criada especialmente para exportar o produto. As vendas para os Estados Unidos representam um volume de 60% desses embarques. "Em 2012, as exportações brasileiras de café atingiram US$ 26 milhões e 3,250 milhões de toneladas", diz Silva. "Para 2013, a previsão é chegar a US$ 30 milhões e embarcar 3,750 milhões de toneladas. Nossa meta é intensificar os negócios com os Estados Unidos".

O setor de biscoitos criou a marca Happy Goods para exportação, "agregando um valor emocional" ao produto brasileiro. "O Brasil é o segundo maior produtor de biscoitos do mundo e em 2012 faturou US$ 7 bilhões", diz Alexandre Colombo, presidente da Anib.



Veículo: Valor Econômico


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