Exportações fluminenses muito além do petróleo

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Estudo inédito da Apex diz que estado pode diversificar vendas com bebidas, confecções e joias

Responsável por quase 80% das exportações de petróleo e derivados do Brasil nos últimos anos, o Rio de Janeiro tornou-se tão dependente desses produtos que sua balança comercial se comporta ao sabor do que acontece com os preços e as quantidades produzidas e comercializadas no mercado internacional. Mas, um levantamento inédito da Agência de Promoção das Exportações (Apex) sobre o perfil exportador do estado mostra que o Rio tem potencial para vender outros produtos em todo o mundo. Há espaço, por exemplo, para o crescimento das exportações de bebidas destiladas (em especial a cachaça produzida no estado), confecções, móveis, artigos de higiene pessoal, carnes em geral, cosméticos, embarcações, automóveis, pneus, joias e produtos cerâmicos.

Um dos objetivos do estudo da Apex é ajudar o empresário fluminense a fazer novos negócios em feiras internacionais e dentro de casa, durante os eventos esportivos que acontecerão em 2014 e em 2016. O levantamento também aponta oportunidades de mercados. Por exemplo, os principais compradores de bens exportados pelo Rio são América do Norte, Europa Ocidental e Ásia. No entanto, o desempenho é bastante fraco em se tratando do Leste Europeu, da África, da América Central e dos vizinhos da América do Sul.

A Apex selecionou 22 segmentos com maior potencial de expansão, incluindo mercados promissores e já existentes. De posse desses dados, a expectativa é que o setor empresarial fluminense — em sua maioria empresas de micro e pequeno portes — possa melhorar a pauta exportadora e reverter um quadro de queda registrado nos três primeiros meses de 2013. Devido ao decréscimo das vendas externas de petróleo e derivados, o total exportado pelo Rio no período caiu quase 40% em relação aos três primeiros meses de 2012. Por outro lado, havia crescido mais de quatro vezes entre 2004 e 2012, também por causa do petróleo.

— Um dos objetivos do estudo é melhorar o contato da empresa com o cliente lá fora. É encurtar caminhos, mostrar mercados — explicou Marcos Lélis, da Apex, que evitou fazer projeções.

Para os produtores de aguardente do estado, o reconhecimento dos Estados Unidos do nome cachaça como um produto genuinamente brasileiro vai abrir mercados. Porém, é generalizada a queixa de falta de informação sobre como exportar. Eduardo Calegario Mello, de Paraty, por exemplo, teme ficar nas mãos de atravessadores.

— Ainda não estamos exportando, mas fomos sondados por pessoas que representam tradings (firmas encarregadas de intermediar operações de comércio exterior) — disse Mello, que quer vender para os EUA.



Veículo: O Globo - RJ


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