Entidade agendou encontro com a Frente Parlamentar da Indústria Têxtil.
A indústria têxtil e de confecção nacional é uma das mais importantes do setor no que diz respeito à geração de empregos e gastos com pessoal, mas ainda é prejudicada pela concorrência predatória dos produtos importados, especialmente da Ásia. E este será o principal assunto que será discutido em reunião entre a Frente Parlamentar da Indústria Têxtil e de Confecção e deputados e senadores no dia 19 deste mês, durante café da manhã, na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF).
O presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Aguinaldo Diniz Filho, que coordenará o encontro, explica que a reunião é inédita e será a primeira a ser realizada dentro da Câmara. Segundo ele, 220 deputados e 36 senadores devem participar do evento.
"O objetivo é mostrar ao parlamentares que a indústria têxtil e de confecção assim como o parque industrial como um todo não podem ser descartados. Queremos mostrar isso dentro da Câmara, destacando a concorrência predatória e desleal que sofremos com a importação", afirma.
"Não somos contra a importação, mas contra a ingenuidade do Executivo permitir que produtos subsidiados, principalmente da Ásia, entrem no país da forma como acontece. A indústria têxtil é competitiva dentro da fábrica. Eu queria ver se uma fábrica da China fosse instalada ao lado da Cedro (Companhia de Fiação e TecidosáCedroáe Cachoeira), por exemplo. Neste caso, nós ganharíamos a concorrência", completa.
Aguinaldo Diniz, que, na sexta-feira, se encontrou com o vice-presidente dos Estados Unidos, Joseph Biden, no Itamaraty, em Brasília (DF), revelou que após o encontro da Câmara dos Deputados, a Abit deve se reunir com o vice-presidente do Brasil, Michel Temer, e ainda na Confederação Nacional da Indústria (CNI) para discutir o mesmo assunto.
Salários - Segundo ele, os segmentos têxtil e de confecções gastam aproximadamente R$ 14 bilhões anualmente com o pagamento de salários, fatura cerca de US$ 60 bilhões por ano, investe algo próximo de US$ 2,2 bilhões a cada exercício e gera 1,7 milhões de empregos.
E, conforme já divulgado, a previsão da Abit é que a produção da indústria têxtil e de confecção cresça cerca de 2% neste ano. Já em relação ao varejo, a perspectiva é ainda mais positiva e aponta para um incremento de 4%.
Algumas conquistas feitas ao longo de 2012, especialmente a desoneração da folha de pagamento, benefício cujo setor foi o primeiro a ser contemplado, a uniformização da tributação de importações, o que acabou com a "guerra dos portos", e a redução dos custos de energia elétrica, colaboram para as projeções otimistas do resultado de 2013.
Durante o ano passado, o esforço da Abit junto ao governo federal também resultou em outros benefícios para o setor, como a ampliação da margem de preferência de produtos nacionais nas compras governamentais de 8% para 20%.
Veículo: Diário do Comércio - MG