Incremento foi de 3,9% no valor líqüido; litro no Estado custa, em média, a R$ 0,933.
Os preços pagos aos pecuaristas de leite em Minas Gerais voltaram a apresentar alta em maio, referente à produção entregue em abril. De acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), no Estado, o incremento foi de 3,9% nos preços líqüidos. A média recebida pelo litro do produto foi R$ 0,933.
Para o diretor executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Estado de Minas Gerais (Silemg), Celso Moreira, os aumentos nos valores pagos pelo leite vêm sendo registrados desde janeiro, o que deve contribuir para que, a partir de agora, seja mantida a estabilidade. Isto pelo repasse que é feito da indústria para o consumidor que, dependendo do índice, opta por diminuir o consumo.
A queda nos custos de produção devido ao aumento da safra de grãos também deve contribuir para que os preços se estabilizem. O uso de um maior volume de ração no período de entressafra influencia positivamente na produtividade do rebanho equilibrando a oferta. Segundo dados do Silemg, a estimativa para este ano é de que a produção de leite em Minas Gerais cresça cerca de 2%, superando 9 bilhões de litros e representado 26% da produção nacional.
"Até o momento, boa parte das indústrias conseguiu repassar o aumento da matéria-prima para o consumidor final. Porém, estes reajustes estão próximos a um índice que promove a queda no consumo. Acreditamos que nos patamares atuais, o valor é suficiente para gerar lucratividade para o produtor, para a indústria e acessível para os consumidores", disse.
No país, de acordo com o levantamento do Cepea, o preço bruto do leite pago ao produtor foi, em maio, o maior dos últimos cinco anos. Conforme os pesquisadores, o preço bruto alcançou R$ 0,985 por litro na média ponderada pelo volume captado em abril nos estados de Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Bahia, o que representa reajuste de 3,5% sobre o mês anterior. O preço líqüido recebido pelo produtor aumentou 3,75%, acréscimo de 3,3 centavos por litro, que passou para a média de R$ 0,909.
Esse preço elevado, segundo pesquisadores do Cepea, é reflexo da baixa oferta de leite no campo, que acirrou a disputa pela matéria-prima entre as indústrias de laticínios. Na média dos sete principais estados produtores, o Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-Leite) caiu 2% de março para abril.
Regiões - Em Minas Gerais os preços pagos aos pecuaristas apresentaram reajustes em todas as regiões produtoras. A maior alta foi verificada na região do Rio Doce, onde o pecuarista recebeu em média 5,46% a mais pela comercialização do leite. O preço médio líqüido praticado na localidade foi de R$ 0,97. O máximo chegou a R$ 1,06 e o mínimo a R$ 0,993.
De acordo com o Cepea, no Sul/Sudoeste o valor recebido pelo pecuarista aumentou 3,11% em maio na comparação com abril, atingindo a média líquida de R$ 0,90 por litro do produto. O valor bruto, R$ 0,97, também teve variação positiva de 3,11%.
Alta também no Triângulo e no Alto Paranaíba, onde os valores recebidos pelos pecuaristas foram reajustados em 5,17% e o preço do litro de leite chegou a R$ 0,976. O valor bruto nas regiões alcançou R$ 1,04 por litro incremento de 4,44%.
O pecuarista de Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) recebeu 5,72% a mais pelo produto, com o litro do leite avaliado em média a R$ 0,98. O preço máximo bruto foi de R$ 1,16 e o mínimo de R$ 0,99.
Na Zona da Mata os preços pagos pelo litro de leite alcançaram R$ 0,883 na média dos valores líqüidos, variação positiva de 3,11%. O valor mínimo ficou em R$ 0,81 e o máximo a R$ 0,947.
Veículo: Diário do Comércio - MG