A escassez de trigo no mercado interno brasileiro está ampliando a busca pelo cereal nos estoques públicos. Das cerca de 289 mil toneladas ofertadas nos leilões realizados em 2013, em torno de 90% foram arrematadas, o equivalente a um volume de 259 mil toneladas do cereal.
Com o leilão da última quarta-feira da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), os estoques estatais recuaram para 228 mil toneladas, menos de 4% da produção nacional no ciclo passado e o menor estoque desde 2009.
Essa baixa oferta mantém os preços sustentados, apesar de na última semana a alta adesão ao trigo da Conab ter provocado um recuo pontual das cotações. O indicador Cepea/Esalq para o cereal no Paraná recuou 0,48%, para R$ 727,71 a tonelada no dia 29 de maio, última cotação disponível. No mês, o indicador acumulava alta de 2,90%, também até o dia 29.
No levantamento da consultoria Safras & Mercado, o preço da tonelada do cereal do tipo pão ficou estável no norte do Paraná na última quarta-feira em R$ 750.
Na bolsa de Chicago, as cotações do trigo recuaram na quinta-feira, diante da notícia de que importadores asiáticos suspenderam as compras do cereal americano, depois da descoberta em lavouras de uma variedade transgênica de trigo não autorizada no país em lavouras do Oregon. Na sexta-feira, no entanto, as cotações do cereal se recuperaram com a divulgação da venda de trigo pelos Estados Unidos acima do volume esperado pelo mercado. O contrato para entrega em setembro encerrou o pregão em Chicago na sexta-feira em alta de 7,50 centavos de dólar, a US$ 7,1550 o bushel.
No Brasil, a tendência no mercado à vista é de que os preços do cereal recuem a partir de agosto, com o início da colheita do cereal no Paraná. O Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura do Estado elevou na última quarta-feira em 5%, para 897 mil hectares, sua estimativa para o plantio de trigo na safra 2013/14. A produção deve alcançar 2,6 milhões de toneladas (ante 2,56 milhões de toneladas da estimativa anterior, feita em abril).
A área no Rio Grande do Sul também vai crescer. A previsão da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural é de plantio de 1,027 milhão de hectares, 3,85% de aumento. A expectativa é de colher 2,475 milhões de toneladas, 32% acima do realizado na safra passada.
Veículo: Valor Econômico