As vendas a prazo no varejo da capital paulista registraram aumento de 1,3% em maio deste ano ante o mesmo mês de 2012 e de 0,3% frente a abril. O resultado foi considerado positivo, levando-se em conta o estímulo do Dia das Mães comemorado no segundo domingo do mês passado e pela ausência de datas comemorativas em abril, já que a Páscoa foi celebrada em março. Por isso, as vendas à vista registraram avanço significativo de 20,1% ante abril e estabilidade em comparação com igual mês de 2012.
O comportamento já era esperado, pois os consumidores estão mais cautelosos e preferem saldar seus compromissos atuais para voltar às compras. Para Rogério Amato, presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), "o movimento do varejo é compatível com o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB). Considerando a manutenção do emprego do consumidor espera-se alguma reação ao longo do segundo semestre".
Emílio Alfieri, economista do Instituto de Economia Gastão Vidigal (IEGV), da ACSP, concorda com a análise. Para ele, há uma parada momentânea nas vendas para que o consumidor reorganize seu orçamento.
Na sua opinião, apesar de o Dia das Mães, ter caído em maio, o mês contou com um feriado, o de Corpus Christi, que contribuiu para quebrar o ritmo do varejo no mês passado, e acabou colaborando para a estabilidade nas vendas à vista em relação a maio do ano passado.
"Este comportamento de estabilidade é reflexo do atual quadro da economia brasileira. O consumidor está mais cauteloso e isso também se reflete no acumulado dos cinco primeiros meses do ano ante o mesmo período de 2012 que indicou aumento de 1,6%, índice semelhante à alta de maio (1,3%) em comparação com igual mês do ano passado", disse Alfieri.
Para o economista da ACSP, é importante lembrar que se o ritmo de criação de postos de trabalho se mantiver a curto e médio prazos as vendas reagirão nos próximos meses.
Quanto à inadimplência, o comportamento apontou que, no mês passado, o índice de registro de inadimplentes recuou 14,7% diante de abril. A retração é resultado de efeitos sazonais, pois "a partir de agora, a tendência é que os níveis de inadimplência devem entrar e continuar em declínio", disse o economista. Segundo ele, a queda já era esperada, porque abril é considerado o mês em que os níveis de inadimplência chegam ao máximo, como reflexo das compras realizadas no final do ano.
Dia dos Namorados – A última data comercial do primeiro semestre deve ter alta nas vendas da ordem de 5% em relação ao mesmo período de 2012, segundo expectativa da ACSP. Ela é a terceira data mais importante, depois do Natal e do Dia das Mães. Na opinião de Alfieri, se a previsão se concretizar, o resultado pode ser considerado ótimo, pois a média de avanço mensal nas vendas no varejo (à vista e a crédito) têm se mantido em 1% desde o início do ano.
Veículo: Diário do Comércio - SP