Quase 20% dos recursos irão para sistemas de armazenagem
O plano de financiamento da próxima safra agrícola, que será anunciado hoje, terá uma medida destinada a combater altas de preços de alimentos que possam pressionar a inflação.
Dos R$ 140 bilhões de recursos para a safra de 2013/2014, R$ 25 bilhões serão aplicados na criação de estoques reguladores de alimentos, que permitem controlar a oscilação dos preços.
Os recursos, com juros mais baixos, vão financiar a criação de novos estoques e a ampliação da capacidade dos armazéns já existentes, principalmente no Nordeste.
No ano passado, quando a inflação subiu devido à alta dos alimentos causada por condições climáticas adversas, o governo praticamente não tinha estoque regulador para tentar segurar o preço.
A falha levou o governo a criar um grupo para elaborar um plano de financiamento de estocagem de produtos agrícolas, como arroz, feijão e milho, visando enfrentar períodos de escassez.
A ideia do governo é aumentar a capacidade atual de estocagem de 70% para 100% da safra agrícola.
O programa vai incentivar a construção de um grande armazém no Maranhão, no Piauí e em Tocantins. Nesses locais, a estratégia é armazenar principalmente milho. Focará três ações: fazer parcerias público-privadas; financiar cerealistas e estimular a criação de armazéns nas fazendas. Outro objetivo da medida é garantir um melhor escoamento da produção agrícola para exportação.
Com maior capacidade de estoque, os produtores podem planejar melhor as vendas externas sem correr para desovar seus produtos pela falta de onde armazená-los.
O financiamento total da próxima safra será quase 22% maior do que a anterior, que foi de R$ 115,2 bilhões.
Os juros médios de referência dos financiamentos também devem cair, de 5,5% para 4,5% nesta safra.
O prazo de pagamento será de 15 anos, com três de carência. Os juros das linhas de financiamento vão oscilar de 3,5% a 5% ao ano.
Veículo: Folha de S.Paulo