O investimento da Copersucar na ampliação de seu terminal açucareiro no Porto de Santos, inaugurado ontem, permitirá à empresa exportar 7,5 milhões de toneladas de açúcar no atual ano safra, o que representa um aumento de 41,5% na comparação anual. Na safra 2012/2013, a companhia exportou 5,3 milhões de toneladas e obteve uma receita de R$ 8,2 bilhões. Com a reforma, o terminal açucareiro terá capacidade de exportar até 10 milhões de toneladas por ano safra.
A Copersucar investiu R$ 130 milhões nesta ampliação e renovação da estrutura do terminal. O valor faz parte de um pacote de R$ 2 bilhões de investimentos anunciados em 2008 que a companhia pretende aplicar na reestruturação de sua logística no País até 2015.
Outro investimento é o duto de etanol no estado de São Paulo, cuja primeira parte será inaugurada em 17 de junho. O trecho do duto que já está construído corresponde à ligação entre Ribeirão Preto e Paulínia e já tem etanol em seu interior, mas o transporte do combustível só entrará em atividade após a inauguração. A construção custou R$ 800 milhões e foi feita em parceria com a Cosan e a Crystalsev, na qual a Copersucar tem participação de 24%.
O presidente do conselho da empresa, Luís Roberto Pogetti, afirmou aos jornalistas que a nova estrutura do terminal da Copersucar em Santos permitirá à companhia uma redução de 30% de seus custos neste ano. Já o retorno do investimento deve ocorrer em apenas sete a oito anos.
Para aumentar ainda mais a capacidade de escoamento da produção, a Copersucar ainda depende da aprovação de uma licitação que está suspensa por determinação judicial que permite aprofundar o calado do terminal para 15 metros de profundidade. O presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), Renato Barco, que esteve na inauguração do novo terminal, não precisou quando a mudança será feita. Ele assegurou, por outro lado, que as obras que o governo federal está realizando no Porto de Santos para aumentar a capacidade de embarque e desembarque de mercadorias vão sair.
Além dos 7,5 milhões de toneladas de açúcar próprio que a Copersucar pretende exportar, o terminal também deverá operar outros 1,5 milhão de toneladas neste ano safra, totalizando 9 milhões de toneladas. No entanto, Pogetti afirmou que o objetivo da ampliação não é oferecer serviço de logística a outros exportadores. "O terminal é feito de acordo com a própria demanda futura. Até chegarmos lá, podemos vender para terceiros", observou.
Produção
O volume que a Copersucar pretende exportar nesta safra corresponde a 83,3% de todo o açúcar que a empresa projeta comercializar no período. Os outros 2 milhões de toneladas serão vendidos para o mercado interno, que inclui toda a América do Sul. No ano passado, a companhia exportou 6 milhões de toneladas de açúcar e comercializou 1,5 milhão de toneladas no mercado interno.
A perspectiva de aumentar em 20% o volume comercializado é bem maior do que a perspectiva de aumento da produção desta safra. A última estimativa da empresa para o período 2013/2014 é de que 595 milhões toneladas de cana-de-açúcar sejam moídas, das quais 35 milhões sejam convertidos em açúcar. Apenas a Copersucar terá uma produção própria de 100 milhões de toneladas de cana por meio de suas 47 usinas associadas, e ainda pretende comprar mais 35 milhões de toneladas de terceiros, cuja maior parte será de açúcar, afirmou ao DCI o presidente executivo da empresa, Paulo Roberto de Souza.
Pogetti acredita que a safra neste ano será menos voltada para a produção de açúcar, que deve utilizar 42,5% da cana produzida, e mais para o etanol, que deve ocupar os demais 57,5% do volume de cana.
Embora a produção de etanol tenda a aumentar, a expectativa de comercialização para o mercado externo se mantém estável. O presidente do conselho da companhia estima que, enquanto o País deve manter a exportação em 3 milhões de metros cúbicos do combustível neste ano, a Copersucar deve exportar um pouco acima do volume do ano passado, que alcançou 1 milhão de metros cúbicos.
Segundo Pogetti, a estimativa da empresa para o volume de moagem da safra 2013/2014 é igual à anterior, mas não mais com viés para cima. "O viés agora é para baixo, perdemos produção no início da safra porque choveu muito, depois fez um período de seca e em seguida voltou a chover muito. Essas chuvas concentradas baixam a produtividade", explicou o presidente executivo da empresa.
A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) também manteve sua estimativa de moagem de cana-de-açúcar em 589,6 milhões de toneladas. No entanto, o presidente da entidade, Antonio de Pádua Rodrigues, indicou que essa perspectiva pode ser reduzida caso volte a chover. As precipitações já atrapalharam a colheita no Paraná nos últimos dias.
Veículo: DCI