Uva japonesa sem semente é novidade

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Produtores estão colhendo a primeira safra da variedade; quilo custa R$ 10, ante R$ 1,50/quilo da uva Itália

 

Uma nova e saborosa atração dos pomares de Pilar do Sul começa a atrair os paladares mais exigentes. Integrantes da Associação Paulista de Produtores de Caqui (APPC) estão colhendo a primeira safra da uva japonesa das variedades benifuji e beniizu, com frutos de coloração vermelha, e fujimidori, totalmente pretos.

 

É a primeira região do País a cultivar essas frutas que têm como principal característica a ausência de sementes. Os cachos apresentam bagas grandes, doces e suculentas, de casca fina e sabor marcante. Por enquanto, 15 produtores aderiram à novidade e formaram cinco hectares de parreirais - eles colhem nesta safra, que vai até janeiro, 18 toneladas de uvas.

 

O engenheiro agrônomo Sérgio Massunaga, da APPC, acredita que esse número deve crescer de forma significativa. Afinal, o quilo dessa uva vale R$ 10 e toda produção está praticamente vendida. Para comparar, a uva itália, também colhida nesta época, está a R$ 1,50 o quilo.

 

A associação foi buscar no Japão as mudas e as técnicas de cultivo, entre elas a de inibir a formação das sementes. Para isso, é preciso fazer a redução da florada - de cada cacho de flor com até 30 centímetros, são deixados apenas 5 centímetros - e mergulhar as flores numa solução inibidora. "É um trabalho meticuloso e artesanal", conta o agrônomo. Cada cacho é ensacado com papel no parreiral, coberto com telas de sombrite.

 

Em compensação, a uva japonesa é mais resistente às doenças fúngicas do que a itália e similares. A exigência em pulverizações é 60% menor, o que a torna bastante competitiva e mais saudável para o consumidor.

 

Além disso, é precoce e amadurece antes da itália, tendo safra coincidente com as festas de fim de ano. "Estamos tentando trazer os produtores de uva itália para esse cultivo", disse Massunaga. Os produtores interessados devem contatar a associação.

 

A maçã da variedade eva também se adaptou bem à região de Pilar do Sul, de clima temperado. "Diferentemente da maçãs gala e fuji, cultivadas no frio da serra catarinense, a eva é própria para climas subtropicais como o nosso", explicou o agrônomo. Os 20 produtores têm cerca de 50 mil macieiras em produção e estão colhendo desde novembro 1.500 toneladas. A safra termina em janeiro. A fruta estava cotada a R$ 1,40 o quilo para o produtor na semana passada. "É uma fruta de tamanho grande, boa coloração, doce e suculenta", avaliou Massunaga.

 

Veículo: O Estado de S.Paulo


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