Representantes de produtores apontam apenas alguns ajustes
O Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2013/2014, anunciado semana passada pela presidenta Dilma Rousseff e pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Andrade, foi bem recebido pelos representantes do setor produtivo do Pará, ainda que com algumas críticas. O PAP prevê um total de R$ 136 bilhões, destinados aos grandes produtores rurais para serem investidos na próxima safra, 18% a mais do que foi destinado à safra anterior, R$ 115,2 bilhões.
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa), Carlos Xavier, avalia o Plano de forma positiva, mas afirma que ainda seriam necessários alguns avanços. "O agronegócio brasileiro tem dado mostra de competência e segurado a economia deste país, por isso, sempre se espera muito mais de um plano como esse", disse.
Entre as lacunas deixadas pelo PAP, segundo o Carlos Xavier, está a de um seguro parao agronegócio, semelhante ao que ocorre em países desenvolvidos com os Estados Unidos. Lá o seguro agrícola mantido pelo governo garante a rentabilidade do produtor, mesmo em casos de desastres naturais, como uma seca prolongada. "Aqui, nós também precisamos ter um seguro, porque tanto a agricultura quanto a pecuária, são atividades de riscos, executadas à céu aberto. Corremos o risco de dormir com uma safra e acorda sem ela, por conta dos prejuízos causados, por exemplo pela chuva. Todos os países têm mecanismo de segurança, aqui no Brasil este assunto está começando a ser discutido", compara.
Ele ressalta ainda que em alguns pontos, o PAP ainda está aquém do desejado pelo setor. "O Plano prevê, por exemplo, 25 milhões ao longo de cinco anos para a armazenagem de grãos e beneficiamentos, acreditamos que esse valor poderia ser maior", afirma.
Carlos Xavier criticou também a forma como o Plano é apresentado para a população em geral. "A sociedade brasileira acha que o Governo está fazendo um favor para o setor, mas não é bem assim. Esse recurso é um empréstimo, que vamos ter que devolver no final, embora represente um avanço dentro da economia", reclama.
Para o presidente a Faepa, outros problemas do setor ainda carecem de soluções urgentes. "Gostaríamos que dentro de um direito democrático tivéssemos os nossos direitos garantidos. Mas não é o que se está vendo agora, por exemplo, no Mato Grosso, com essa invasão de terras pelos índios. Também não é o que vemos aqui no Pará", questionou.
Apesar das críticas, Xavier reconhece o esforço para seguir à diante com as discussões. "Avançamos com esse Plano, mas ainda temos muito a avançar. A produção de alimentos é estratégica em qualquer país do mundo, e aos poucos isso vem sendo reconhecido aqui, quando a presidente faz questão de levar os produtores para dentro do Planalto para apresentar o Plano Agrícola e Pecuário", avaliou.
Veículo: O Liberal - PA