São Paulo - O futuro presidente da Marfrig e ex-CEO da Seara Foods, Sergio Rial, explicou, em coletiva ontem que as marcas Bassi e Montana passam a ser as principais do grupo. Após a venda de 100% da Seara Brasil e das operações de couro no Uruguai, o Grupo Marfrig segue na atuação em bovinos no Brasil.
A Marfrig atualmente usa a marca Seara em alguns itens bovinos. O executivo explicou que as duas companhias combinaram um prazo, sem no entanto citar qual, para que a empresa deixe, aos poucos, de fazer uso da marca nesses produtos. Rial negou que a companhia venderá mais ativos operacionais, desmentindo rumores de que a Minerva Foods compraria algumas unidades de bovinos no país e que a BRF poderia adquirir operações da Keystone na Ásia
Ele ainda explicou que não há planos de fechamento de unidades de bovinos no Brasil, mas a Marfrig segue na melhoria operacional e com os planos de fechar duas unidades de bovinos na Argentina, conforme anunciado na ocasião do resultado do primeiro trimestre. Especificamente sobre a Ásia, Rial disse que os planos da Marfrig é de expansão, principalmente em Indonésia e Vietnã. "Estamos presentes na China, Coreia, Tailândia, Malásia e Austrália com processamento de proteínas. Somente na China, o faturamento anual da companhia é de cerca de US$ 400 milhões", declarou. Ele ainda comunicou que quer ficar no grupo Marfrig.
Sobre a transação firmada com a JBS, Rial comentou que a grande quantidade de aquisições da Marfrig - 43 companhias nos últimos cinco anos - não permitiu à empresa ter foco na captura de sinergias de algumas dessas aquisições. "A velocidade de sinergias deveria ter sido maior, Tivemos de fazer escolhas. A vida é isso. E a melhor decisão do grupo foi exatamente melhorar a estrutura de capital para nos permitirmos crescer", declarou.
Com a venda da Seara Brasil, o faturamento anual da Marfrig recua para quase R$ 16 bilhões de aproximadamente R$ 28 bilhões. Para a JBS, a operação adicionará R$ 10 bilhões na receita bruta da companhia. "Nos coloca como a segunda maior empresa brasileira de itens processados e líder mundial de aves", disse o presidente da JBS, Wesley Batista. Com os ativos da JBS Aves (Frangosul, Agrovêneto e Tramonto), a JBS passa para um abate diário de 12 mil aves no Brasil.
Veículo: Diário do Comércio - MG