O PIB gaúcho avançou 2,5% de janeiro a março em comparação ao mesmo período do ano passado, mesmo sem contar ainda com os benefícios da supersafra de soja que acaba de ser colhida nas lavouras, sinalizando boas expectativas para a atividade econômica do Rio Grande do Sul em 2013
Ainda sem o impacto da supersafra da soja, que começou a ser colhida em abril, a economia do Rio Grande do Sul cresceu 2,5% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado.
As projeções para o campo, que impactam na indústria e nos serviços, levam economistas a estimar resultados ainda melhores até o final do ano, exorcizando um 2012 no qual o Produto Interno Bruto (PIB) encolheu 1,8%.
Os números confirmam o que economistas já previam: a economia gaúcha foi melhor do que a brasileira na largada de 2013. Enquanto a soma de todas as riquezas produzidas no país no primeiro trimestre cresceu 0,6% em relação aos três meses anteriores, a economia do Estado avançou 1,1% na mesma comparação.
– O PIB do Estado deve ser ainda melhor no segundo e no terceiro trimestres, quando será contabilizada a venda da soja – projetou Martinho Lazzari, economista da Fundação de Economia e Estatística (FEE), ontem, ao divulgar os números.
Indústria ainda registrou queda
O especialista disse que esses dados apontam para um melhor desempenho do Estado em relação ao país.
No início deste ano, enquanto esperava pela soja, o porto de Rio Grande embarcava milho, arroz e fumo, culturas que puxaram a agropecuária para uma alta de 10,2% sobre o primeiro trimestre do ano passado. Os efeitos da boa safra chegaram a alguns setores da indústria. A venda de plantadeiras, colheitadeiras e caminhões se acelerou, e o setor de veículos cresceu 18,6%.
No entanto, nem a performance desse segmento impediu uma queda da indústria de 1,6% no início do ano, sob forte influência de processamento de fumo e da metalurgia básica.
– Muitos setores da indústria da transformação ainda sentem os efeitos da queda da economia do Estado no ano passado, assim como de um crescimento lento do Brasil – explicou Lazzari.
Nas cidades, o comércio foi o destaque. As taxas de desemprego em baixa e o aumento da renda do trabalhador gaúcho têm favorecido o consumo de bens de consumo ou produtos mais caros, como eletrodomésticos, móveis e automóveis, avaliou Lazzari. O PIB do comércio cresceu 3,3%, exercendo a principal influência no grupo serviços.
Outro destaque foram os investimentos públicos. Os gastos de governo e prefeituras gaúchas subiram 3,9%, em um movimento alinhado ao de outros Estados que se preparam para a Copa do Mundo de 2014 no país.
– Ainda que a base de comparação seja muito baixa, a boa notícia é que o Rio Grande do Sul reverte quatro trimestres seguidos de PIB ruim. Se os prognósticos se confirmarem, o Estado poderá crescer 6% em 2013 – analisou Antônio da Luz, economista da Federação da Agricultura do Estado (Farsul).
Veículo: Zero Hora - RS