Fundos ampliam compra de soja

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Por Gerson Freitas Jr. | De São Paulo

Os fundos que aplicam nos mercados futuros de commodities dos Estados Unidos ampliaram pela quinta semana consecutiva sua aposta na alta dos preços da soja na bolsa de Chicago.

De acordo com o relatório divulgado na sexta-feira pela Comissão de Comércio de Futuros de Commodities (CFTC, na sigla em inglês), no dia 11 os investidores institucionais detinham uma posição líquida de compra 153,43 mil contratos, a maior desde 6 de novembro do ano passado. Na semana anterior, o saldo era de 141,17 mil contratos.

O número corresponde à diferença entre o número de posições compradas (com as quais os fundos tentam lucrar com a alta dos preços) e o de posições vendidas (com os quais tentam ganhar com a queda). Desde o início de maio, quando os fundos começaram a ampliar sua aposta altista, a soja subiu mais de 8,5% na bolsa de Chicago.

Segundo Stefan Tomkiw, analista da corretora Jefferies Bache, em Nova York, o movimento é influenciado por fatores sazonais. Tradicionalmente, os preços da commodity tendem a subir e a ficar mais voláteis nesta época do ano, quando as especulações em relação ao tamanho da safra nos Estados Unidos ganham força.

Com os estoques mundiais em níveis historicamente baixos, os fundos sabem que um problema climático no cinturão agrícola americano nos próximos dois meses pode fazer com que as cotações disparem, razão pela qual ampliam sua posição comprada.

Em contrapartida, os investidores parecem bem menos otimistas em relação ao milho - commodity agrícola com maior liquidez nos mercados futuros. Na última semana, eles reduziram - de 90,9 mil para 82,5 mil contratos - sua posição líquida de compra no grão.

O comportamento reflete as perspectivas menos promissoras em relação aos preços para o segundo semestre. Apesar de todos os problemas durante o plantio da nova safra nos Estados Unidos, o mercado espera uma expressiva recomposição da oferta mundial na temporada 2013/14.

Em Nova York, a aposta na baixa é mais evidente. No mercado futuro de açúcar, os fundos encerraram a semana do dia 11 com uma posição líquida de venda de 88,14 mil contratos - a maior desde, pelo menos, 2006. Na semana passada, a commodity registrou as cotações mais baixas em quase três anos.

A tendência é explicada pelo excesso de oferta. Segundo a Organização Internacional do Açúcar (OIA), o mercado global da commodity deve registrar o maior excedente de produção da história na temporada que termina em setembro.

O sentimento não é muito diferente no pregão do café da bolsa nova-iorquina. Os fundos fecharam a última semana com uma posição vendida de 24,34 mil contratos - a maior desde o início de abril -, reflexo dos grandes estoques globais e da fraca demanda pelo produto.



Veículo: Valor Econômico


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