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SÃO PAULO - Mesmo após o Índice de Intenção das Famílias (ICF) divulgado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) apresentar alta de 1,9%, ainda não é possível considerar que o indicador esteja se recuperando. Segundo Bruno Fernandes, economista da CNC, a primeira alta após três meses consecutivos de baixa pode ser atribuída a uma base de comparação fraca, uma vez que maio teve queda de 2,2%, o pior índice da série histórica, iniciada em 2010.
"Nós não olhamos o ICF de junho como uma reversão [da tendência de queda]. É mais um fator pontual", afirma Fernandes. Na variação anual, o ICF apresentou queda de 3,8% em comparação a junho de 2012. A análise por faixas de renda revela que o resultado mensal do índice foi sustentado, em especial, pela elevação em 2,8% da confiança das famílias com rendimento acima de dez salários mínimos, enquanto famílias com renda abaixo de dez mínimos apresentaram variação positiva de 1,7%.
A CNC espera que nos próximos meses o ICF se mantenha estável ou até mesmo registre alta dos componentes do índice, na variação mensal. "A gente espera um arrefecimento dos preços de alimentos, que dê um certo alívio nos próximos meses. Isso vai impactar diretamente sobre o poder de compra das famílias e elas podem acusar um resultado mais positivo". Bruno Fernandes advertiu, porém, que o cenário previsto para o longo do ano é de moderação. "Esperamos que o crescimento do comércio seja em torno de 4,3%, muito abaixo do que foi no ano passado [8,5%]."
São Paulo
Segundo dados da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), a primeira quinzena de junho apresentou resultados positivos no varejo. Na capital paulista, as vendas a prazo tiveram alta de 4,3%, em relação ao mesmo período de 2012, e alta de 11,6% na comparação com a primeira quinzena de maio. Já as vendas à vista avançaram 3,2% em relação a junho do ano passado, e 10% na comparação com maio deste ano.
Em nota, o presidente da ACSP, Rogério Amato, afirma, no entanto, que o desempenho não deve ser visto como tendência. "A primeira quinzena de junho foi beneficiada pelo Dia dos Namorados e pela ausência de feriados no mês, mas o resultado não pode ser projetado para junho", afirmou.
Veículo: DCI