Brasileira está de olho no mercado de alimentos processados e está finalizando seu plano de investimento naquele país
Na contramão de outras empresas brasileiras, que recentemente desistiram de suas operações no país e colocaram seus ativos à venda, como é o caso da ALL e da Vale com sua planta de potássio, a BRF está apostando no mercado argentino. A empresa, que detém quatro companhias lá, está estruturando um plano estratégico que deve implicar em investimentos na área de processados. Segundo o presidente da companhia, José Antônio Fay, o projeto fica pronto este ano e as vendas no país vizinho sustentam novos aportes.
"O plano Argentina prevê investimentos em linhas de processados. É um mercado interno interessante e a empresa quer se consolidar lá. Por isso, vamos juntar os conhecimentos da Sadia e da Perdigão", disse Fay.
Em2011, a BRF adquiriu participações na Avex, empresa especializada em processamento de carnes de frango, e Dánica, uma fabricante de margarinas e molhos. Para esses negócios a companhia desembolsou na época, US$ 150 milhões. Além disso, ela tem participações na Quickfood, de alimentos processados de carne na Argentina, e há a Sadia Argentina.
Para este ano, segundo Fay, os investimentos da companhia em seus negócios são da ordem de R$ 1,8 bilhão e isso inclui parte dos aportes realizados na Argentina. "Ainda não temos o plano fechado", ressaltou o executivo.
Essa estratégia faz parte da visão da companhia em reforçar a sua atuação em países emergentes. O vice-presidente de Administração, Finanças e Relações com Investidores, Leopoldo Saboya, disse que a BRF tem capacidade de se desenvolver mais plenamente o mercado nesses países. "O nosso maior foco são os mercados emergentes. Mas, para uma empresa que tem como meta ter escala mundial, ela não pode se furtar de sempre estudar e estar em mercado maduros, como os Estados Unidos. Aliás, estar nos EUA não é opção é uma obrigação", disse Saboya. No entanto, a empresa não fechou nenhum negócio no mercado americano.
Dentro dessa estratégia, a BRF conclui esse ano o projeto para a China. Segundo José Fay, o mercado chinês hoje é considerado estratégico para a companhia e para atuar ali é necessária uma linha de produção local. "Seria uma fábrica de processados. Até o final deste ano vamos concluir todo o projeto para saber o montante do investimento e o tamanho dessa fábrica. Precisamos de uma produção local lá", afirmou o executivo. Hoje, a BRF tem negócios no Oriente Médio, Japão, Europa, América Latina e África.
Jundiaí abriga novo centro de pesquisa
Investimento de R$ 58 mi vai integrar operações e testar novas linhas de produtos em mini fábricas
A companhia investiu R$ 58 milhões em um novo Centro de Desenvolvimento e Pesquisas na cidade de Jundiaí, no interior de São Paulo. O objetivo é integrar todas as operações de pesquisas e testes de novos produtos para todos os mercados em que a empresa atua.
OBRF Innovation ocupa uma área de dez mil metros quadrados e deve contar com 150 profissionais, entre engenheiros, farmacêuticos,nutricionistas, químicos e veterinários. Os antigos centros de P&D da Sadia e Perdigão, localizados em Videira (SC) e São Paulo, passam a operar em Jundiaí, favorecendo as sinergias entre os pesquisadores e demais áreas da empresa.
No novo centro de desenvolvimento a empresa terá também mini fábricas para a produção de todos os produtos criados pelos engenheiros da BRF.
"São linhas de produção completas, que poderiam ser usadas em qualquer unidade fabril. Além disso, poderemos fazer testes cegos e, com isso, levar mais produtos ao mercado de acordo com o desejo do consumidor", disse José Fay, presidente da BRF. A.P.M
Veículo: Brasil Econômico