Taxa fica estável no mês passado, em 5,8%, em sinal de que mercado de trabalho está perdendo força
Há riscos de que a taxa de desemprego comece a aumentar nos próximos meses, afirma especialista
O mercado de trabalho dá sinais de perda de força, apesar de o desemprego seguir baixo. A taxa de desocupação em seis regiões metropolitanas foi de 5,8% no mês passado, resultado igual aos registrados em maio de 2012.
Foi a primeira vez desde dezembro de 2009 que a taxa não teve queda na comparação anual, quando também ficou estável. O resultado de maio ficou ainda acima da estimativa do mercado, que esperava 5,7%.
"O mercado de trabalho vinha em um ritmo de avanço que se desfez", afirma Cimar Azeredo, coordenador de trabalho e rendimento do IBGE, que divulgou a pesquisa ontem. Para o especialista, a mudança de ritmo no mercado é preocupante.
A taxa de desocupação nos primeiros cinco meses do ano ficou em 5,7%, praticamente o mesmo resultado do mesmo período de 2012 (5,8%), enquanto que entre janeiro e maio de 2011 estava em 6,4%.
Para Octavio de Barros, diretor do Bradesco, há riscos de que a taxa de desemprego comece a aumentar nos próximos meses.
Outro resultado que preocupa é o referente ao nível da ocupação (proporção de pessoas ocupadas em relação a aquelas em idade ativa).
O indicador foi estimado em 53,8%, abaixo dos 54,2% no mesmo mês de 2012. Em abril, estava em 53,6%.
RENDA
Já o rendimento médio real dos trabalhadores teve crescimento de 1,4% em maio ante o mesmo mês do ano passado. Na comparação com abril, houve queda de 0,3%.
Rafael Bacciotti, economista da consultoria Tendências, diz que a combinação de atividade econômica com recuperação moderada e a inflação em alta pressionada explicam o desempenho fraco.
Para a consultoria LCA, o desempenho está também ligado ao menor ganho real do salário mínimo (de 2,7% em 2013, ante 7,5% em 2012).
INDÚSTRIA
O emprego na indústria da região metropolitana de São Paulo foi um dos destaques positivos da pesquisa.
Após registrar duas quedas consecutivas, o emprego no setor cresceu 3,6% em maio ante abril, o maior percentual na comparação mensal desde julho de 2010 (4,1%).
Veículo: Folha de S.Paulo