Em um dos maiores municípios produtores de cacau do país, Medicilândia, no sudoeste paraense, uma cooperativa foi criada para gerir uma iniciativa de verticalização da cadeia produtiva. Trata-se de uma pequena indústria de chocolate formada por agricultores familiares que abriu as portas com recursos do governo estadual (R$ 1,8 milhão) para instalações e maquinário.
Quem conta essa história é o presidente da Cooperativa Agroindustrial da Transamazônica (Copatrans), Adenir Venturin. A indústria começou a funcionar em 2011, após adequações e treinamento de pessoal em 2010. Hoje, são 40 sócios produtores de Medicilândia. Na pequena fábrica, a matéria-prima é processada e transformada em chocolate pronto para consumo final.
Conforme Venturin, os produtos são diferenciados por terem uma matéria-prima de qualidade e por não usarem gordura vegetal em sua composição. Também apresentam entre 30% e 70% mais cacau que a média. São fabricados, em média, 60 quilos de bombons, barras e pó por dia. Comercializado com a marca Cacauway, já registrada, o chocolate está presente em oito lojas, duas em Medicilândia. A meta é chegar a Belém ainda este ano. E há demanda para levar o produto a Mato Grosso e Goiás, de acordo com Venturin.
A expansão da comercialização ainda esbarra em questões como as embalagens, ainda simples e trazidas de São Paulo. A cooperativa pleiteia recursos do Estado para ampliar a capacidade de produção de 150 quilos para 500 quilos de chocolate por dia até o fim do ano. Também está em estudo a abertura de franquias para vender a marca Cacauway. Por enquanto, a nova cooperativa não teve sobras (lucro). Mas Venturin aposta que terá. (CF)
Veículo: Valor Econômico