Festas juninas aumentam vendas de tecidos em 20%

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Junho e julho são meses pródigos para diversos setores da economia que oferecem itens para os festejos regionais

Iguatu A venda de tecidos e aviamentos para roupas dos brincantes de quadrilhas juninas cresceram, neste mês, cerca de 20% em relação ao mesmo período do ano passado. Até o fim desta semana, lojistas esperam bons negócios. A realização do Iguatu Junino e de festinhas nas escolas e nos bairros aquecem o setor de vestiário, comidas típicas e bebidas.

Nas lojas, o movimento de consumidores começou em abril e se estenderá até julho, quando ainda são realizadas as comemorações do período FOTO: HONÓRIO BARBOSA

Depois dos festejos de Santo Antonio e São João, agora os moradores do sertão se preparam para comemorar o São Pedro, no próximo sábado, dia 29. Na região Centro-Sul do Ceará, os festejos ocorrem nos centros urbanos, vilas e distritos. Não falta animação e sobra gente disposta a dançar forró num verdadeiro arrasta pé, com música ao vivo ou não.

As lojas desta cidade estão decoradas com motivações dos festejos juninos: bandeirinhas, cores variadas e fortes, chapéus de palha e alguns vendedores usam trajes típicos. O clima é reforçado com músicas de forró pé-de- serra com destaque para o repertório do sanfoneiro Luiz Gonzaga. "É uma forma de comemorar o mês e atrair a clientela", disse o vendedor, Flávio Chagas.

A dona de casa, Glória Lopes, comprou tecidos e aviamentos para a confecção do vestido da filha que vai participar dos festejos do Iguatu Junino. "É uma roupa nova porque mudaram as cores e o modelo", disse. "Tem de ficar pronto até o fim desta semana. Vou sair daqui correndo para a costureira".

A venda de tecidos e de outros apetrechos para a confecção de roupas juninas começa em abril e se estende até julho, pois ainda há festas no próximo mês. "A gente vende bem, nesse período do ano, perdendo apenas para o Natal", disse o estilista, Charles Cândido, da loja MR Decorações. "Neste ano, predominam as cores fortes, cítricas".

Chita, xadrez, cetim, renda trabalhada, tule e aviamentos como fitas e bordados são os produtos mais comercializados nesta época do ano.

O preço do metro do tecido varia de R$ 6,90 a R$ 89,00. A mão-de-obra paga para a confecção de um vestido está em torno de R$ 180,00. A vestimenta de uma rainha está orçada em R$ 500,00. Já para vertir um casal de noivos é o dobro.

Há também serviços de reforma do vestiário típico das festas juninas. As estudantes, Priscila Vieira e Cláudia Ribeiro, estavam comprando peças para reformar os vestidos que foram confeccionados há dois anos. "A gente aproveita, faz pequenos consertos porque não dá para todos os anos mandar fazer um novo", justificou Priscila Vieira.

O estilista Charles Cândido trabalha na MR Decorações há dois anos. Desde abril passado, faz desenhos de modelos de vestidos, camisas e calças para os brincantes de quadrilhas juninas. "É uma tradição que se mantém viva e cresce a cada ano", disse. "Perdi a conta de quantos desenhos eu já fiz este ano".

Para dar volume aos vestidos, há por baixo do tecido uma anágua feita de espuma para armar a peça. "A gente faz campanha e várias atividades para arrecadar dinheiro e manter ao longo do ano a quadrilha em atividade, sempre renovada", disse Flávio Chagas, que além de vendedor lojista é vice-presidente da Quadrilha Junina Santo Antonio, um dos quatro maiores grupos de brincantes da cidade.

Forma positiva

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Iguatu, Ariosto Vale, disse que os festejos juninos sempre estão vivos na memória dos moradores das cidades do Interior e que refletem de forma positiva no aquecimento do comércio.

"As padarias e mercadinhos vendem bem, oferecem comidas da época, as lojas de tecidos registram excelentes negócios, além do setor de bebidas", observou. "É uma data importante para a cultura nordestina e para o setor comercial".

O articulador do escritório regional do Sebrae, em Iguatu, Alcides Marques, também destacou a influência das festas juninas no aquecimento do comércio. "Não há só os festivais públicos e as comemorações dos colégios, mas muitas empresas e famílias também promovem os arraiais de confraternização entre funcionários", destacou.

"A soma de tudo isso aquece as vendas e movimenta o setor empresarial no Interior", avalia o articulador.



Veículo: Diário do Nordeste


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