Whirlpool avalia impacto cambial na linha branca

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A fabricante de eletrodomésticos Whirlpool ainda avalia o impacto do dólar nos preços de seus produtos nos próximos meses por causa da instabilidade cambial.

Segundo a empresa, as negociações com fornecedores e varejistas são feitas com meses de antecedência. Os contratos para o segundo semestre, por exemplo, foram fechados com o dólar mais baixo. Além disso, a variação do câmbio é recente, o que ainda não justificaria a abertura de novas negociações com fornecedores e clientes.

A multinacional americana é a maior fabricante de produtos da linha branca e líder com as marcas Brastemp e Cônsul no Brasil.

Armando do Valle, vice-presidente de relações institucionais e sustentabilidade da Whirlpool América Latina, disse que a companhia ainda não fez as contas de até quanto o dólar pode subir sem que seja imprescindível "repassar os custos da cadeia".

Mais do que o patamar da moeda americana, o que preocupa a Whirlpool é a instabilidade do dólar: "Sempre preocupa mais a velocidade do que a variação, como passar de R$ 2,21 para R$ 2,10", disse ele. "Com uma variação [cambial] de 15 ou 20 dias não dá para dizer o que vai acontecer."

O impacto da moeda americana se dá em diferentes escalas, disse Valle. Há produtos, como ar-condicionado, que levam até 50% de componentes eletrônicos importados, e refrigeradores, com 15% de partes importadas.

A formação de preço dos eletrodomésticos se dá não apenas pela importação de partes eletrônicas, que variam de acordo com o nível de tecnologia do produto, mas também de materiais negociados em dólar, como aço e plástico.

O dólar sobe, mas as siderúrgicas, por exemplo, podem não conseguir repassar o aumento na hora de vender o aço para a indústria nacional. "O poder de manobra das siderúrgicas não está bom", disse Pedro Galdi, estrategista de investimento da SLW Corretora. "O momento não justifica repasse de custo. A economia está patinando feio."

Dados divulgados recentemente pelo Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda) mostraram que as vendas de aço plano recuaram 2% entre janeiro e maio de 2013. O setor já fez reajustes durante o primeiro semestre e elevou os preços em 9%. O material com que as fabricantes trabalham hoje já embute o aumento.

"A demanda por bens de consumo se esgota. Vai ser um desafio para as empresas", disse Galdi.

A multinacional sueca Electrolux, maior concorrente da Whirlpool no país, e a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), entidade que representa a indústria de linha branca, não atenderam ao pedido de entrevista feito pelo Valor.



Veículo: Valor Econômico


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