Garantir que a aplicação de agrotóxicos seja feita de forma correta e monitorar a origem dos produtos que vão parar nas gôndolas dos supermercados só faz bem.A todos. Do produtor ao consumidor. Por isso,as iniciativas que apertam o cerco no controle dos defensivos agrícolas devem ser valorizadase não temidas.
Além do Ministério Público Estadual (MPE), que quer garantir com as 10 maiores redes de supermercados gaúchos o cumprimento da norma técnica segundo a qual deve haver o rastreamento dos hortigranjeiros, outras frentes de ações se propõem a coibir o uso equivocado ou mal-intencionado do produto. Em maio, a Ceasa implementou, por meio de um termo de ajustamento de conduta com o MPE, o programa de monitoramento de resíduos.
– Se não houver a rastreabilidade, não evoluiremos em nada no controle – reforça o promotor Alcindo Bastos.
Responsável pela fiscalização da venda dos defensivos, a Secretaria da Agricultura – por meio da Divisão de Insumos Agropecuários –, dentro de um projeto maior de modernização do sistema de defesa agropecuária, começa a migrar os registros, ainda manuais, para o meio digital. Quando totalmente implementada – a projeção é de que isso ocorra até o final deste ano – a ferramenta permitirá fiscalização preventiva, com base em dados disponíveis no sistema. Isso seria possível ao cruzar informações sobre empresas que vendem agrotóxicos, com estoques disponíveis e receituários agronômicos – como se faz com a venda de um remédio controlado. Atualmente, cerca de 1,3 mil empresas operam a venda de agrotóxicos no Estado.
Há ainda que se intensificar o cerco nas fronteiras, por onde passam agrotóxicos ilegais, que representam um risco ainda maior e, pior, não passam pelo monitoramento oficial.
Veículo: Zero Hora - RS