As manifestações ocorridas no mês de junho em São Paulo repercutiram negativamente nas vendas do comércio no período, além de encarecer o valor do frete, em especial da soja e do milho.
Dados apurados pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) por meio do Indicador de Movimento do Comércio (IMC) - vendas a prazo - registraram queda de 2,8%, com relação ao mesmo período de 2012 e com o mesmo número de dias úteis. A entidade destacou que, o movimento das vendas a prazo vinha positivo na primeira quinzena do mês, com alta de 4,3%, e na segunda quinzena sofreu forte declínio de 10,2%.
Na mesma base de comparação, o Indicador de Consultas de Cheque (ICH) - vendas à vista - apresentou queda de 4,1%, também segundo a ACSP, baseada numa amostra de dados de clientes da Boa Vista Serviços, que administra o Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC). Vale ressaltar que, na primeira quinzena de junho, o ICH registrou alta de 3,2% e na segunda quinzena teve forte queda de 14,1%.
Os principais fatores para o recuo apresentado no período foram: ausência do consumidor nas ruas e o fechamento antecipado das portas do comércio em horário de maior movimento já que as manifestações ocorriam sempre no período da tarde e a noite em São Paulo.
Ainda segundo dados apurados pela entidade, as maiores perdas para o comércio foram registradas em alguns dos principais corredores da região central por onde as manifestações passaram. Outro ponto importante é que na capital paulista a média entre os dois sistemas no mês de junho (IMC e ICH) ficou negativo em 3,5%.
Flávio Rocha, presidente da Riachuelo afirmou anteriormente ao falar em nome do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV) que a perspectiva era que as lojas de rua tivessem perdas na casa dos 40%. "Das 100 horas que poderíamos ter a loja aberta, ficamos apenas 90 horas abertas. A venda perdida nesse período não tem como retornar", disse o executivo. Dados apurados pelo DCI dão conta que os pequenos e médios do setor e os bares e restaurantes foram os mais afetados, com perdas que giram em torno de 10% durante os protestos.
Frete
Os protestos de caminhoneiros devem encarecer ainda mais o frete para movimentação de soja e milho. Adriano Carneiro dos Santos, da Corretora Trigo Branco, no Paraná, diz que o frete de Ponta Grossa a Paranaguá subiu de R$ 50 a tonelada na semana passada para R$ 52 ontem. Os comentários, de acordo com ele, são de que para a próxima semana o valor subirá para R$ 55 a tonelada. Em Minas Gerais, os protestos já reduzem o ritmo de negócios. Segundo Danilo Melo Ribeiro, da ABS Corretora, de Uberlândia, o frete já subiu 8% desde as primeiras manifestações em rodovias.
Veículo: DCI