Varejo é o desafio para fundos conquistarem pessoas físicas

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Apesar de representar 15% do patrimônio líquido do total da indústria de fundos de investimentos com mais de R$ 362 bilhões em recursos, os segmentos de varejo e varejo alta renda apresentaram captação líquida de apenas R$ 400 milhões até maio, de acordo com dados divulgados ontem pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

"Não que o segmento seja pequeno. Mas por vários fatores, o varejo é a grande arena para indústria de fundos ocupar. Ainda temos uma expansão de base importante de pessoas com condições financeiras de investir se ampliando gradualmente", considera o vice-presidente da Anbima, Carlos Massaru.

O executivo argumentou que nesse primeiro momento, as pessoas físicas tem buscado muito acesso ao mercado de crédito. "Obviamente essa tendência de busca do crédito tem se atenuado um pouco. E a expectativa é que a indústria venha a crescer efetivamente no varejo. Não vejo nenhuma anormalidade na forma como o varejo vem crescendo, mas claramente é o segmento onde vemos uma grande oportunidade", destacou Massaru.

O vice-presidente disse que o segmento de varejo não pode ser observado isoladamente. "Primeiro temos o efeito de segmentação, o investidor pessoa física também está em outros segmentos como previdência onde o varejo entra, por isso se observamos isoladamente, o volume de captação parece pequeno", diz.

Mas de acordo com os dados da Anbima, os demais segmentos crescem em ritmo muito maior e a captação líquida segue recorde em 2013. O segmento poder público registrava entrada líquida de R$ 27,3 bilhões, seguido por fundos de pensão com R$ 18 bilhões; previdência privada com R$ 14,8 bilhões, R$ 11,8 bilhões dos clientes milionários do private banking; R$ 8,7 bilhões de empresas; e estrangeiros com R$ 4,7 bilhões em entrada líquida.

Segundo a Anbima, o número de contas que investem em fundos de investimentos cresceu 100 mil no período e totalizam 11 milhões nas diversas categorias.

No último mês de junho, o patrimônio líquido da indústria sofreu com a volatilidade tanto na renda fixa como na renda variável. "A saída líquida de junho foi de apenas R$ 1,3 bilhão, o que é muito pequeno. Mas contando os efeitos da queda do Ibovespa, da desvalorização do real, da marcação a mercado de todos os demais ativos, tivemos uma perda patrimonial da ordem de R$ 11 bilhões. ", diz o vice-presidente da Anbima, Robert Van Dijk.

Massaru complementa que deve-se tomar cuidado para não dar muita magnitude ao volume de resgates de junho. "O efeito maior na indústria que tivemos foi da precificação dos ativos decorrente dessa volatilidade toda, que tem um efeito no patrimônio líquido. A saída não é tão representativa, isso pode ocorrer em outros meses, como ocorre".

O executivo argumentou que a volatilidade ocorreu nos mercados globais. "A economia americana está se recuperando, o que traz volatilidade ao nosso mercado em função dos fluxos, que antes estavam vindo para os emergentes e agora foram buscar lugar em países desenvolvidos trazendo essa volatilidade não só para a renda variável, mas também para a renda fixa. Aí sim, o gestor foi extremamente desafiado nesse semestre em competência para lidar com todas essas variáveis".

Perspectivas

A alta da taxa básica de juros (Selic) para 8,5% ao ano tende a favorecer o desempenho dos fundos de renda fixa. "Existe uma oportunidade para os fundos de renda fixa atrelados à inflação, que passaram por esses momentos de volatilidade, abrindo a perspectiva agora de uma rentabilidade maior dos títulos que antes tinham taxas reais que situassem na casa entre 1% e 2% ao ano, agora ganhando um novo patamar, se situando entre 3% e 4% ao ano", diz Robert Van Dijk.

" Com o aumento da Selic, todo o conjunto de renda fixa passa a ter uma perspectiva de rendimento maior e mais competitividade em relação à poupança", concluiu o vice-presidente.



Veículo: DCI


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