Negócios com café em queda

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Encontro de duas safras colaborou para retrair, ainda mais, os preços do grão.

A queda nos preços do café e a demanda fraca, principalmente do mercado externo, continuam interferindo negativamente na comercialização da safra passada e atual do grão. De acordo com levantamento da consultoria Safras & Mercado, até o final de junho a comercialização da safra passada atingiu 89% da produção, enquanto em igual período do ano anterior o índice era 96%.

As expectativas em relação à retomada das negociações são pessimistas e dependerão da interferência do governo federal. Da safra atual, apenas 10% da produção foram negociadas. De acordo com o economista e analista da Safras e Mercado, Gil Barabach, o ritmo do mercado em relação ao café continua fraco e sem perspectivas de melhora.

"O receio dos cafeicultores, de encontro de duas safras, ocorreu e não temos nenhum sinal favorável para a recuperação da demanda e dos preços do grão. Com a sobreposição das duas colheitas, o volume de café no mercado está alto, enquanto a demanda segue baixa, com os compradores em posições confortáveis adquirindo apenas o suficiente para o consumo", avalia.

Ainda segundo o analista, a interferência do governo, via contratos de opção e de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro), seria uma das alternativas para minimizar a crise no setor. Medidas tomadas recentemente, como a mudança do valor mínimo do café e o anúncio da disponibilização dos recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), não atenderam os produtores. Aliás, o dinheiro do fundo ainda não chegou nas mãos do cafeicultor.

"A situação da cafeicultura é complicada. O preço mínimo foi reajustado mas continuou abaixo dos custos de produção, além disso, os produtores ainda não conseguiram acessar os recursos do Funcafé e seguem sem o financiamento da safra", disse.


Negócios - De acordo com o levantamento de Safras, de uma produção mineira estimada em 28,2 milhões de sacas de 60 quilos, cerca de 89% do volume já haviam sido negociados entre junho de 2012 e junho de 2013. Em igual intervalo da safra passada, o índice de comprometimento chegava a 96% e na média dos últimos cinco anos a 97%.

Em todas as regiões do Estado, as negociações estão abaixo do ritmo registrado em anos anteriores. No Sul de Minas, a comercialização da safra 2012 já havia abrangido 87% até o fechamento de junho, enquanto em igual período anterior o volume negociado era de 94%. A média das últimas cinco safras para o período é de uma negociação de 95% do volume produzido.

Na Zona da Mata, cerca de 93% da produção de café foram negociadas, sendo que a média dos últimos cinco anos é de 99%. Na safra anterior as negociações realizadas até junho englobavam 97% do volume gerado na região.

No Cerrado o volume da safra 2012 comercializado foi de 89%, índice inferior aos 99% registrados na safra imediatamente anterior e menor também em relação à média das últimas safras, que era de 98%.

Em relação à safra atual, as negociações também seguem lentas, e a comercialização antecipada, prática bem explorada em 2011 devido aos altos preços pagos pelo café, não se repetiu neste ano. De acordo com Barabach, apenas 10% da produção foi comprometida em Minas Gerais, enquanto no período anterior equivalente o volume respondia por 20% da safra. Na média dos últimos cinco anos, o volume representava 25% da produção.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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