Vendas no Facebook atraem grupos menores

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Com mais de um bilhão de usuários espalhados pelo mundo - sendo 70 milhões deles brasileiros, segundo o Social Baker -, a rede social Facebook surge como um canal importante de vendas que incorpora também as pequenas e médias varejistas. Exemplo disso, redes como a Fashioneira e Der Metropol apostam na segmentação e no baixo valor das operações para expandir vendas no chamado social commerce.

Segundo Gerson Rolim, diretor de comunicação da Camara e-net, a oportunidade de negócio traz também a necessidade de tomar alguns cuidados para que a investida não se torne algo negativo ao empresário. "Quando o empresário pensa em ações em redes sociais elas devem ser bem estruturadas. É necessário identificar o público-alvo, entender a que tribo esse consumidor pertence, saber se o produto oferecido atende realmente a necessidade desse usuário, traçar estratégias de marketing e marca (branding) para que essa inserção seja efetivamente positiva", explicou em entrevista ao DCI.

O especialista em internet ressaltou que esse fenômeno de vendas pelo Facebook ou f-commerce tem sido visto de dois anos para cá e que tiveram marcas renomadas que no furor do assunto, não utilizam mais a rede social como um canal de venda. "Um exemplo que temos é a GPA [vestuário] que logo que surgiu a possibilidade investiu em uma loja no face, mas pouco tempo depois desistiu", disse ele.

A explicação para a retirada de seu f-commerce da GAP, foi que ela não conseguiu identificar que, como o nome já diz, é um espaço social em que as pessoas querem conversar com seus amigos, interagir. "É necessário ter formas específicas de abordagem desse usuário para que ele não se irrite e sim tenha interesse em seguir a marca no Facebook. É necessário ter uma legião de fãs que além de gostarem das marcas ajudem a defendê-la, como acontece com a Netshoes", argumentou Rolim ao que completou: "A estratégia deles foi tão correta que os clientes, quando surge uma reclamação no fun page da empresa, eles defendem, falam que nunca aconteceu isso com ele. Esses usuários respondem mais rápido que a própria empresa".

Segmentação

Não se sabe ao certo o número de lojas dentro da rede social, mas é possível identificar que dos cases de sucesso hoje no mercado: Fashioneira, Gol, Der Metropol; todas são operações segmentadas. A Fashioneira, por exemplo, é especializada na comercialização de panos de pratos custumizados. A Der Metropol, é uma grife de roupas que só vende pela rede social, ela não conta com loja física ou virtual. A empresa aérea Gol foi a pioneira em montar uma loja pelo Facebook em que comercializa passagens de avião. Desde o mês de março, na fun page da empresa é possível adquirir os tíquetes de embarque.

Por meio de nota, Florence Scappini, diretora de marketing e comunicação da Gol, afirmou que com a ferramenta é possível ter uma melhor experiência de compra. "Para o usuário do Facebook, a nova funcionalidade será uma experiência de compra mais interativa, divertida, moderna e o mais importante: com total segurança", disse. Um dos diferencias da Loja VoeGOL é que durante a escolha dos assentos, o consumidor pode visualizar o perfil de quem estará ao seu lado, desde que autorizado pelo usuário.

No varejo, um grande exemplo do poder do social commerce foi o case do Magazine Você. O Magazine Luiza permitiu que os usuários do face vendessem produtos por meio de lojas no Facebook, com isso a rede conseguiu crescer suas vendas no e-commerce e só o projeto Magazine Você vende mais que sua loja virtual. "As vendas pelo Facebook são 40% maiores que as da loja virtual e a tendência é que cresçam mais. Não é só pelo Facebook, vemos no canal mobile uma boa opção de venda", disse anteriormente Frederico Trajano, diretor executivo de vendas e marketing da rede.

Perspectivas

A tendência é que o social commerce cresça nos próximos anos e isso pode eventualmente fazer com que o Facebook separe as operações e crie uma rede exclusiva para vendas. "Que isso é uma tendência já é claro, acredito sim que um dia o face possa a vir a ter uma plataforma exclusiva para essas lojas, ainda mais ela sendo uma empresa que visa a rentabilidade", disse Gerson Rolim, da Camara e-net.

Questionado sobre a possibilidade de um dia, esses empresários que usam a rede social para vender tenham pagar pelo espaço, tornando a operação similar a uma loja virtual, o especialista acredita que não.

"O Facebook é conhecido pelo slogan 'é gratuito e sempre será'. Não acredito que eles possam a vir cobrar por disponibilizar esses espaços, eles ganham com anúncios e ferramentas de marketing", concluiu Rolim.

Ainda segundo o especialista da Camara e-net, ainda há muito que crescer, uma vez que ela ainda é uma rede social, em que o usuário quer descontração e interagir com seus amigos, poucos entram no Facebook para fazer compras e sim para pesquisar sobre produtos. "As pessoas trocam informações pelo Facebook e isso é importante", disse ele.

Investimento

Montar uma loja no Facebook é bem simples, e a própria rede oferece recursos para os que querem investir nesse nicho, além a manutenção da operação é barata. Os empresários dispostos a desembolsar mais e por consequência ter um maior alcance de sua marca podem contar com a ferramenta criada pela Facíleme.

Há dois anos no mercado, ela tem em seu portfólio 23 mil lojas cadastradas, sendo que a maior concentração deles é no Sudeste, com 59,88%. O restante está dividido em: Sul com 14,13%; Nordeste com 12,80%; Centro-Oeste com 10,3% e o Norte com 3,32% a utilizar esse sistema. Cynthia Akao, uma das idealizadoras do sistema, explicou ao DCI que o aplicativo é acessível, do pequeno ao grande rede que quer apenas ampliar seu canal de venda. "Temos o aplicativo gratuito, mas oferecemos três planos na versão premium: mensal por R$ 50; trimestral R$ 135 e o semestral ao custo de R$ 210", disse.



Veículo: DCI


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