Alpargatas ignora crise e vai expandir a Topper no exterior

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A São Paulo Alpargatas vai na contramão da crise e inicia uma nova etapa em seu processo de internacionalização, que começou com as sandálias Havaianas, em 2000. Agora, a bola da vez é a linha de artigos esportivos da marca Topper, que será reposicionada para deixar de ser lembrada apenas como uma marca de futsal ou de futebol. A empresa decidiu aumentar o mix de produtos com a marca para outros esportes, principalmente o tênis e o running. A meta do grupo é expandir sua participação de mercado, em princípio, na América Latina, nos próximos dois anos.

 

Dentre as ações que estão previstas para a consolidação do novo posicionamento, a empresa prevê iniciar, em março, uma nova campanha publicitária. Além disso, utilizará garotos-propaganda das modalidades em que acaba de aportar. Além do patrocínio tradicional à seleção brasileira de futsal, a Alpargatas firmou contratos com jogadores de futebol, como Jorge Wagner do São Paulo e Marcos do Palmeiras, e no tênis, com o número 1 do ranking brasileiro, Thomaz Bellucci.

 

"Além da campanha, contratamos uma empresa de branding para unificar a identidade visual da marca, que tinha dois logotipos diferentes, um no Brasil e outro na Argentina", disse Fernando Beer, diretor de artigos esportivos da Alpargatas, que não revelou os valores investidos. Segundo apurou a reportagem do DCI, esse número deve ser próximo ao que investe para as Havaianas.

 

A empresa não vê a crise como um entrave à expansão. Apesar de acusar uma desaceleração no mercado, o executivo diz que a Alpargatas está bem posicionada para enfrentar o período de turbulência. Tanto que em breve deverá receber duas novas máquinas para incorporar uma nova tecnologia que ainda não fazia parte das fábricas no Brasil e, quando necessário, serão capazes de aumentar a produtividade das unidades. Além da Topper, a marca Rainha também passará por uma repaginação, mais modesta, e ganhará um ar mais casual.

 

As duas marcas somam, globalmente, 70% do mercado de artigos esportivos da empresa, que é completada ainda pela Mizuno.

 

Histórico

 

Esse reposicionamento das marcas esportivas começou ainda em 2007, quando a São Paulo Alpargatas comprou 60,18% da Alpargatas Argentina por cerca de US$ 82 milhões. Recentemente esse negócio foi aprovado pelo CNDC na Argentina, esse órgão é equivalente ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) no Brasil.

 

Mas não foi apenas a empresa do país vizinho que foi incorporada ao negócio no Brasil. O modelo de posicionamento também foi originado naquele país. Por lá, a Topper é detentora de 32% do mercado entre as marcas esportivas de diversas modalidades.

 

Mesmo com essa nova estratégia para as duas marcas, o executivo procura não revelar muitos detalhes das metas da empresa. Segundo Beer, a Alpargatas ainda não definiu exatamente qual será a participação de mercado que deseja obter na região e qual será o patamar a ser alcançado em negócios para iniciar a expansão para os mercados norte-americano e europeu, as próximas apostas para a Topper, cujas metas "ainda estão sendo desenhadas", disse.

 

Com o negócio efetivado, a empresa se tornou a líder de mercado na América Latina, com 19 mil funcionários, 150 mil pontos-de-venda e atuação em 80 países. Somado, o faturamento das duas companhias alcança a cifra de R$ 2,1 bi, dados de 2007. A produção combinada anual é de 250 milhões de pares de calçados e sandálias. A maior parte dessas vendas é da metade brasileira da empresa, a Alpargatas Argentina vendeu cerca de 10 milhões de pares de unidades e teve receita bruta de R$ 406,4 milhões.

 

A São Paulo Alpargatas, fundada em 1907, possui aproximadamente 10% do mercado de calçados esportivos no Brasil. Controlada pela Camargo Corrêa, a empresa registrou, em 2007, receita bruta de R$ 1,6 bilhão. As exportações, para 80 países, cresceram 28%, em dólar, e o lucro líquido acumulou R$ 199 milhões. Segundo os dados mais recentes, divulgados pela no terceiro trimestre do ano passado, a empresa registrou lucro líquido consolidado de R$ 8,977 milhões, mostrando queda de 54% contra o mesmo período de 2007. O lucro operacional recuou 13,56% e atingiu valor de R$ 20,5 milhões.

 

A São Paulo Alpargatas vai na contramão da crise e inicia o processo de internacionalização da marca Topper, que será reposicionada para deixar de ser lembrada apenas como uma marca de futsal ou de futebol.

 

A marca é o segundo produto da empresa a seguir essa linha, logo depois da fama internacional conquistada pelas sandálias Havaianas. A meta do grupo é expandir sua participação de mercado, em princípio, na América Latina, nos próximos dois anos.

 

"Além da campanha, contratamos uma empresa de branding para unificar a identidade visual da marca, que tinha dois logotipos diferentes, um no Brasil e outro na Argentina", disse em entrevista exclusiva ao DCI Fernando Beer, diretor de artigos esportivos da Alpargatas, que não revelou os valores investidos. Esse número deve ser próximo ao que investe para as Havaianas. A empresa não vê a crise como um entrave à expansão. Apesar de acusar desaceleração no mercado, o executivo diz que a Alpargatas está bem posicionada para enfrentar o período de turbulência. Tanto que em breve deverá receber duas novas máquinas para incorporar uma nova tecnologia que ainda não fazia parte das fábricas no Brasil e, quando necessário, serão capazes de aumentar a produtividade.

 


Veículo: DCI


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