Comércio efetiva menos temporários temendo crise

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O medo da crise financeira chegar ao comércio fez os comerciantes de todo país andarem de lado, pelo menos no que diz respeito às efetivações de funcionários temporários. Segundo dados preliminares da Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário (Asserttem), o índice de efetivação ficou em 30% - abaixo dos 37% previstos em outubro. 

 

A entidade estimava a abertura de 113 mil vagas temporárias no comércio no fim do ano passado, com possível contratação 42 mil pessoas. "De fato, as 113 mil contratações aconteceram, registrando alta de 8% em relação à quantidade de temporários de 2007", diz Vander Morales, presidente da associação. Mas a efetivação, segundo ele, deve beneficiar no máximo 34 mil trabalhadores. No ano anterior, a índice de contratação foi de 35% para um total de 105 mil oportunidades abertas. 

 

"Os varejistas estão com medo da retração da indústria", diz ele. "Embora até agora as empresas mais afetadas sejam as dos setores de mineração, metalurgia e automobilística, sem reflexo para o comércio de bens de consumo, existe um receio que impede mais contratações", afirma. 

 

Mesmo assim, segundo ele, os 30% de efetivação equivalem à média histórica do comércio. Morales explica que a vaga temporária é, na maioria das vezes, o primeiro emprego da pessoa. Quando esse funcionário que foi efetivado completa um ano de serviço, ele sai para ocupar um posto de trabalho melhor. "Muitas das 34 mil efetivações estimadas tem a ver com esse 'turn over' que é típico nesta época do ano." 

 

É o que ocorre, por exemplo, nas Casas Bahia. As 540 lojas da rede empregam 60 mil pessoas e contrataram 2.500 temporários para o Natal de 2008. Esses temporários, segundo o diretor-executivo Michel Klein, ficam sob constante observação. "Assim, substituímos os funcionários antigos que não estão com bom rendimento pelos novos, mais animados", diz o empresário. Segundo Klein, esse "prazo de observação" termina em fevereiro. 

 

O cenário, entretanto, é um pouco pior no Nordeste, que concentrou 11% das vagas criadas no Natal, segundo a Asserttem (o Sudeste fica com 55% e a região Sul, com 20). "Em geral, as lojas ficam com 10% dos temporários, mas neste ano só devem absorver 5%", diz Severino Ramos, presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio do Recife. O setor que está efetivando menos, segundo ele, é o de calçados. 

 

A Esposende, com 47 lojas de sapatos no Nordeste, por exemplo, já demitiu os 600 temporários que contratou. As vendas, nos meses de novembro e dezembro, de acordo com Eduardo Castro, diretor-comercial, foram 1,5% menores em relação ao Natal de 2007. 

 

O número de contratações de temporários na região, segundo a entidade, foi menor que a previsão, que estimava um crescimento de 5% a 8% em relação a 2007. No total, o comércio do Nordeste abriu 12 mil vagas temporárias, quantidade igual ao do ano anterior. Para o presidente do sindicato, a explicação para as contratações mais comedidas está na crise. "Com medo, todo mundo puxou o freio de mão." 

 

Veículo: Valor Econômico


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