Casas Bahia projetam para este ano vendas iguais às de 2008

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Diretor da rede diz que prefere manter metas realistas e que vai continuar ajustes já iniciados

 

A rede Casas Bahia, maior varejista de móveis e eletroeletrônicos do País, entra em 2009 com planos mais cautelosos. A empresa acredita que vai repetir este ano o faturamento de 2008, de R$ 13,7 bilhões - que ficou um pouco abaixo da meta de R$ 14 bilhões. E pretende também manter o plano de ajuste do grupo ao ritmo menor de crescimento da economia.

 

"O ano de 2008 foi bom, ampliamos em R$ 700 milhões as vendas. Para 2009, estou com planos bem pé no chão. Não vou estipular uma meta de R$ 700 milhões ou R$1 bilhão a mais num cenário de incertezas", diz o diretor administrativo e financeiro do grupo, Michael Klein.

 

Apesar da cautela, o empresário descarta o cenário catastrófico. "O cliente das Casas Bahia ainda não sentiu a crise: não perdeu o emprego, não perdeu a renda." E, mesmo que o desemprego formal aumente, como apontam as previsões, Klein acredita que o seu cliente vai continuar comprando, ainda que num ritmo menor. Segundo o empresário, sempre vai existir o emprego informal e alguém com necessidade de eletrodomésticos, que são produtos básicos. "Nisso nós levamos vantagem, porque dos nossos 11 milhões de clientes ativos, dois terços são informais."

 

O lucro projetado para 2009 também será menor. A meta é de R$ 100 milhões, ante os R$ 165 milhões alcançados em 2008. "Vamos partir do princípio de que 2009 inteiro será igual ao segundo semestre de 2008, que foi mais fraco que o primeiro", diz.

 

Além da cautela nas projeções, Klein diz que está disposto a continuar neste ano o ajuste iniciado em 2008. "Vou fazer o meu trabalho direitinho: loja deficitária será fechada. Foram 18 em 2008. Não tenho previsão de quantas serão em 2009." Hoje, a rede tem 536 pontos-de-venda espalhados pelo País.

 

Do total de lojas desativadas no ano passado, 12 foram fechadas em dezembro - 8 delas no Rio Grande Sul. Por causa da queda nas exportações calçadistas, da seca que afeta a safra e do próprio comportamento bairrista, segundo Klein, dos gaúchos de prestigiarem as redes varejistas locais, os negócios não deslancharam. A empresa chegou a ter 27 lojas no Rio Grande do Sul. Hoje, tem seis.

 

Klein frisa que não vê problema algum em fechar e depois abrir lojas numa mesma cidade. "Dançamos conforme a música, não desistimos do Sul. Se lá a música está ruim para dançar, vamos parar", brinca.

 

Ao que tudo indica, os planos da rede para este ano estão muito mais para o axé baiano do que para vanerão e xote, ritmos do Rio Grande do Sul. Das 30 novas lojas previstas para 2009, 20 serão na Bahia, das quais dez já estão acertadas. A estreia da rede na Bahia depende do início de operação do centro de distribuição, que começa a ser construído em Camaçari (BA) e vai consumir R$ 24 milhões. Segundo Klein, a empresa poderá antecipar a entrada no Estado, se encontrar algum depósito disponível para alugar. O interesse pelo Nordeste, que prevê em 2010 a entrada em Sergipe, Alagoas e Pernambuco, se deve ao crescimento da renda na região. "O Bolsa-Família foi incorporado ao salário do pessoal", observa.

 

Além da entrada no Nordeste, a estratégia da companhia neste ano prevê crescimento nas duas pontas do consumo. Isto é, na baixa renda, abrindo lojas em favelas, e nos estratos mais altos da população, inaugurando lojas conceito, aquelas abastecidas com produtos de alta tecnologia, onde o cliente pode experimentar o produto.

 

Em 2008, a rede pela primeira vez abriu loja na favela. "A loja na favela de Paraisópolis está indo muito bem", diz Klein. Ele planeja para este ano uma loja na favela da Rocinha, no Rio, e avalia possibilidade de ter uma unidade na favela de Heliópolis, em São Paulo.

 

Veículo: O Estado de S.Paulo


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