Pfizer demitirá 800 pesquisadores de novas drogas

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A Pfizer, maior laboratório farmacêutico do mundo, demitirá até 800 cientistas neste ano, dentro dos novos esforços para redirecionar as operações de pesquisa, que vêm decepcionando, e reduzir as despesas gerais, demasiado elevadas. A idéia do laboratório é antecipar-se ao forte declínio projetado para suas receitas.

 

A empresa de Nova York pretende reduzir seu quadro mundial de pesquisadores - atualmente com 10 mil pessoas - entre 5% e 8% neste ano, segundo informou ontem a porta-voz da empresa, Kristen Neese. "Isto está em linha com o redirecionamento de nossas áreas de pesquisa", afirmou Neese. 

 

O anúncio chega depois de a companhia ter anunciado em setembro que encolheria o foco de suas pesquisas para seis áreas de enfermidades - Alzheimer, câncer, esquizofrenia, dores, inflamações e diabetes - e abandonaria novas investigações em outros segmentos. 

 

Entre estes segmentos está o de doenças cardiovasculares, no qual a Pfizer vem sendo dominante no mercado com seu tratamento de colesterol Lipitor que, com vendas anuais de US$ 13 bilhões, é o remédio mais vendido do mundo. O medicamento, contudo, deverá passar a enfrentar a concorrência de genéricos no fim de 2011. 

 

Os esforços para encontrar uma droga sucessora fracassaram, incluindo o outrora promissor torcetrapib, que acabou sendo relacionado a problemas cardíacos na fase final de testes com humanos. 

 

As vendas já apresentam ligeira queda, em parte, porque aparentemente alguns consumidores começaram a experimentar uma versão genérica muito mais barata de uma droga similar, o Zocor. 

 

"Provavelmente não acaba aí", observou o analista do setor biofarmacêutico Erik Gordon, professor da University of Michigan Business School. 

 

A Pfizer identificou em uma primeira rodada de avaliação entre 500 e 800 cientistas que não estão incluídos em suas novas áreas fundamentais, mas posteriormente poderia haver mais cortes, segundo Gordon. 

 

Os cortes vão afetar os centros de pesquisas da Pfizer em Groton, no estado de Connecticut; St. Louis, no Missouri; La Jolla, na California; e Sandwich, na Inglaterra. 

 

O analista disse que os cortes não se devem à recessão econômica, mas a problemas de longo prazo que afetam toda indústria farmacêutica, como a concorrência mais acirrada representada pelos medicamentos genéricos e a falta geral de produtividade das pesquisas. 

 

No quarto trimestre passado, a Pfizer também havia anunciado a reorganização de suas unidades de negócios. As divisões deixaram de ser geográficas e passaram a ser centradas na atenção básica de saúde, atenção especializada e operações em países emergentes. 

 

Analistas, no entanto, vêm afirmando recentemente que esperam alguma grande jogada da Pfizer, como uma aquisição significativa, que lhe permitiria cortar empregos, economizar recursos e, ao mesmo tempo, agregar remédios a sua linha de produtos por lançar. Essa intenção foi sinalizada pelo principal executivo da farmacêutica. 

 

A Pfizer já havia promovido uma ampla reestruturação de suas operações, iniciada em janeiro de 2007, na qual eliminou cerca de 13,5 mil empregos e fechou oito fábricas. 

 


Veículo: Valor Econômico


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