As geadas dos últimos dias provocaram perdas severas aos produtores paranaenses e já chegam a 70% da área. Um levantamento realizado pelo Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e pela Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab) mostrou que ocorreram perdas de 40% a 70% em hortaliças como alface, couve-flor, brócolis, almeirão e rúcula em Curitiba e Região Metropolitana.
Na região de Londrina, que envolve Ivaiporã, Cornélio Procópio e Apucarana, o Emater estimou que as perdas estão entre 40% e 70%. Este cenário já refletiu em aumento de preços.
"As geadas foram muito fortes e danificaram as plantas a céu aberto em Curitiba e região", afirma o coordenador estadual de olericultura da Emater, Iniberto Hamerschmidt. Segundo ele a Região Metropolitana de Curitiba (RMC) responde por 45% da produção de hortaliças do Estado.
O Paraná produz 83 mil toneladas de alface por ano e a RMC participa com 40 mil toneladas. Segundo ele, a alface é a cultura que tem mais áreas cobertas com túneis de plástico e TNT na região, com 80% de cobertura. Com as geadas, conforme Hamerschmidt, o preço da alface ao produtor já passou de R$ 15 a caixa para R$ 18. Ocorreram perdas em lavouras de alface, rúcula e repolho. Com isso, o preço pago ao produtor deve aumentar nos próximos dias.
Em função das geadas, os preços de alguns produtos dispararam na Ceasa de Curitiba. Levantamento comparando os valores praticados na quinta-feira (25) com o dia 15 de julho, mostrou que a alface subiu 20%, a couve-flor 66,67% e o repolho 50%. O preço da dúzia da couve-flor passou de R$ 12 para R$ 20 e do saco de 30 quilos de repolho foi de R$ 10 para R$ 15.
Cafeicultura prejudicada
Na cidade de Mandaguari, os 350 cafeicultores tiveram perdas por causa da geada. O pior tipo é a geada negra, que queima a plantação por dentro.
O café foi uma das lavouras mais atingidas. Plantações inteiras, que estavam verdes, amanheceram pretas, queimadas pela geada.
Mandaguari teve os três tipos de geada que podem ocorrem: a geada de vento, a geada branca, que é a formação de gelo sobre as plantas, e também a geada negra, que queima sem a formação de gelo, que é justamente a pior que se tem, porque ela queima por dentro e acaba rompendo as células da planta. E o prejuízo nos cafezais é a longo prazo. Por causa da geada, a próxima colheita está perdida. O estado é o maior produtor de trigo do País. E segundo a Secretaria de Agricultura, metade das lavouras pode ter sido atingida. Na região oeste, o milho que ainda não foi colhido congelou na roça.
Veículo: DCI