Mercado com demanda aquecida.
O pecuarista mineiro recebeu um pouco mais pelo leite vendido ao longo de julho. De acordo com informações do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), vinculado à Unversidade de São Paulo (USP) foi registrada alta de 3,46% no preço líqüido praticado no mês passado. No período, o litro foi comercializado em média a R$ 0,995. O valor bruto encerrou chegou a R$ 1,07 por litro. O aumento foi provocado pela demanda firme, uma vez que a captação em Minas ficou 5,2% maior.
No país o cenário foi equivalente. O preço do leite pago ao produtor também foi reajustado em julho, acumulando sucessivas altas ao longo de todo o primeiro semestre, alcançando o maior patamar desde setembro de 2007.
O preço bruto do leite pago ao produtor, que inclui frete e impostos, calculado pelo Cepea, alcançou R$ 1,054 por litro em julho, baseado na média ponderada pelo volume captado em junho nos estados de Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Bahia.
Em relação a junho, a média registrou alta de 3,6% e, frente a julho de 2012, o aumento, em termos reais, ficou em 17%. O preço líqüido apresentou o mesmo comportamento, chegando a R$ 0,979 por litro, elevação de 4% em relação a junho de 2013. Desde o início deste ano, o aumento no preço bruto já é de 18% em termos nominais e de 14,4% em termos reais.
Segundo pesquisadores do Cepea, o novo aumento no preço do leite está mais atrelado à demanda firme do que à produção. Isso porque, em junho, a captação de leite aumentou 6,73% no Brasil, segundo o Índice de Captação de Leite (Icap-Leite) do Cepea. A alta ocorreu depois de registrar consecutivas quedas desde o início deste ano.
A maior produção se deve às boas condições de desenvolvimento das pastagens de inverno e também ao maior poder de compra do produtor de leite frente à alimentação concentrada. A captação em Minas Gerais aumentou 5,2%.
Clima - Por outro lado, agentes ouvidos pelos pesquisadores do Cepea relataram que o frio intenso registrado em algumas regiões, principalmente no Sul do país, tem prejudicado o desenvolvimento das pastagens de inverno, o que deve ter afetado a produção de leite de julho.
A expectativa de representantes de laticínios e cooperativas consultados pelo Cepea para este mês continua sendo de alta nos preços, mas o mercado já sinaliza um pouco mais de estabilidade.
Entre os agentes ouvidos pelo Cepea, 56%, que representam 51,6% do leite amostrado, acreditam que haverá novo aumento de preços em agosto e 40,4% (que representam 47,1% do volume captado) indicam estabilidade. Somente 3,7% dos agentes (que representam 1,3% do volume) sinalizam queda para agosto.
No mês passado, o produtor mineiro da Zona da Mata recebeu cerca de 2,34% a mais pelo litro de leite em valores líqüidos e 0,72% no preço bruto. O produto foi negociado em média, preço líqüido, a R$ 0,946 por litro. O máximo recebido alcançou R$ 1,00 e o mínimo, R$ 0,857.
No Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, o reajuste no preço líqüido foi de 1% e o bruto, de 0,99%. O preço máximo alcançado nas regiões foi de R$ 1,085, o mínimo, de R$ 0,856 e o médio, de R$ 1,021.
Alta também foi registrada na cotação do leite produzido na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). O reajuste no preço líqüido chegou a 4,73% e no valor bruto, a 4,09%. A média praticada em julho ficou em R$ 1,059 por litro. O preço máximo encerrou o período a R$ 1,122 e o mínimo, a R$ 0,949.
o Sul e Sudoeste de Minas, a média chegou a R$ 0,931, incremento de 1,11% sobre os valores praticados em junho. No Vale do Rio Doce, o preço médio ficou em R$ 1,05, o que representou alta de 5,03%.
Veículo: Diário do Comércio - MG