Atual safra da cana, mais alcooleira, pressionou o preço.
Ribeirão Preto (SP) - As chuvas e geadas que atingiram as plantações de cana-de-açúcar na região Centro-Sul do Brasil em julho podem ter contribuído para a alta no preço mundial do açúcar. Na última semana, a valorização da commodity na bolsa de Nova York foi de 3% (de US$ 376,20 para US$ 387,67 a tonelada), segundo acompanhamento da consultoria FG/Agro.
Por causa do clima ruim para o cultivo da cana, a própria FG/Agro já reduziu suas estimativas de produção de açúcar em 2 milhões de toneladas (de 34,6 para 32,6 milhões de toneladas) na região.
"Considerando o Brasil o maior produtor mundial de açúcar e a a estimativa de superavit da produção mundial em 2,9 milhões de toneladas, qualquer influência negativa pode pressionar os preços", disse o diretor da consultoria, Juliano Merlotto.
Segundo Merlotto, a atual safra da cana, mais alcooleira, também contribui para a pressão no preço do açúcar. A FG/Agro reduziu o mix de produção de açúcar em 2,2 pontos percentuais (de 45,4% para 43,2%) na comparação com a produção de etanol.
A Datagro também já informou que está revendo seus números, "provavelmente para baixo", afirmou o presidente da consultoria, Plínio Nastari. A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) também deve apresentar uma atualização da estimativa da safra.
A estimativa de moagem de cana da FG/Agro para o centro-sul também foi reduzida em 8 milhões de toneladas (de 588 para 580 milhões de toneladas).
Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), a onda de frio na região sul também pode impactar a oferta de trigo e de café.
Veículo: Diário do Comércio - MG