Setor têxtil cresce 4% em 2008 e prevê nova alta este ano

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Se o governo continuar com as medidas para garantir o emprego no País e conseguir conquistar um PIB positivo em 2009, a indústria têxtil acredita ser possível manter seu crescimento este ano, segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Aguinaldo Diniz Filho. "Apesar de vivermos uma situação difícil, acredito que o nosso setor possa crescer mais e gerar mais empregos neste ano", afirmou Diniz Filho ao apresentar a prévia de resultados do setor na Fashion Rio.

 

Segundo dados da Abit, a indústria têxtil encerrou 2008 com um crescimento de 4% no faturamento, de US$ 41,2 bilhões, em 2007, para US$ 43 bilhões. "Se o governo continuar com as políticas para segurar a economia, podemos alcançar neste ano os níveis de crescimento de 2007, entre 2,5% e 3%", disse o empresário. Para isso, Diniz conta com um PIB evoluindo entre 2% e 2,5% e um dólar estabilizado em torno de R$ 2,30.

 

O dólar mais caro pode ajudar a indústria têxtil brasileira, sexta maior produtora do mundo, a se recuperar no mercado externo - embora as maiores economias estejam sofrendo uma crise mais aguda e os países asiáticos, principais concorrentes, busquem ampliar vendas para o Brasil para escoar a produção.

 

Em 2008, o déficit da balança comercial dobrou, para US$ 2 bilhões. Os principais destinos dos embarques brasileiros foram Argentina , Estados Unidos e México. À frente das importações, China e Índia.

 

Redução em dezembro

 

Apesar do bom desempenho no ano, a turbulência dos últimos meses balançou o setor. Até novembro, a produção do segmento de vestuário subiu 4% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Para o fechamento de 2008, no entanto, a previsão é de uma ampliação um pouco menor, de 3,6%, afetada por um encolhimento no último mês. A produção no segmento têxtil, que considera apenas a fabricação de tecidos, teve redução de 0,27% até novembro, e, incluindo dezembro, a Abit trabalha com uma previsão de queda de 0,35%.

 

"Em novembro e dezembro já foi sentida uma queda na demanda, e a indústria teve que adequar a produção", disse Diniz. Ele destaca, no entanto, que a redução no final do ano também faz parte de uma sazonalidade comum a esta indústria. O ápice da produção, que chega ao varejo para Natal e verão, é alcançado nos meses de setembro e outubro, enquanto dezembro e janeiro costumam ser meses mais parados nas fábricas.

 

A produção de tecidos planos subiu de 1,3 milhão de toneladas em 2007 para 1,4 milhão em 2008, até novembro. O volume de malhas chegou a 706 mil toneladas até novembro, ante as 679 mil no ano anterior. No total, foram produzidas 9,8 bilhões de peças de roupa até o mês de novembro

 

Até novembro, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho (Caged) mostrou que o setor acumulava um saldo de 51 mil novos postos com carteira assinada, chegando a 1,7 milhão de empregos diretos - a segunda indústria de transformação que mais emprega no País, atrás apenas de alimentos e bebidas, segundo o presidente da Abit. Considerado apenas o mês de novembro, no entanto, o setor foi responsável por 7,3 mil demissões. "Sobre dezembro ainda não há dados, mas também devemos registrar perdas", disse Diniz.

 

Hering

 

Apesar das turbulências do final do ano alguns números do setor são positivos mesmo para o quarto trimestre. Caso, por exemplo, da catarinense Hering, que divulgou na segunda-feira resultados prévios mostrando um aumento de 43,9% nas vendas do último trimestre do ano, sobre mesmo período de 2007. Considerado apenas o mercado interno, a alta chega a 53%.

 

A rede de lojas da companhia também teve expansão. Subiram de 248 pontos em 2007 para 311 em 2008, sendo 22 no exterior. Para 2009, a Hering espera abrir 59 novas lojas.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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