A italiana Lotto se prepara para expandir sua linha de produção de vestuários no Brasil. Atualmente, a empresa produz 100% das roupas que vende em uma fábrica localizada em São Paulo e cerca de 12% dos calçados comercializados no País em uma unidade de produção no Rio Grande do Sul, que entrou em operação em setembro de 2008. O plano, segundo João Augusto Simone, diretor de operações da empresa, é ampliar em até 25% a capacidade de produção da fábrica de São Paulo. Além disso, o executivo contou que também pretende aumentar as vendas de calçados produzidos no Brasil.
Segundo Simone, a idéia é ampliar ao máximo o peso dos produtos feitos localmente no faturamento da empresa no País, onde a marca é representada pela paulista Filon.De acordo com Simone, a Lotto está procurando um local para expandir a fábrica localizada em São Paulo, que está utilizando próximo de 100% da capacidade instalada. Para a produção de calçados, no entanto, o maior desafio para expandir a produção nacional não é físico. "É a falta de tecnologia", disse, ressaltando que o objetivo é explorar ao máximo a capacidade de produção local. Com mais tecnologia, segundo o executivo, seria possível alcançar este objetivo. "A tendência é que os importados diminuam muito", afirmou. Os calçados importados são produzidos na China. Os investimentos serão financiados com recursos próprios.
Perspectivas
Em 2008, apesar do agravamento da crise internacional no último trimestre, a Lotto conseguiu crescer dentro do que foi estimado no início do ano. "Tivemos um susto em novembro, uma queda em relação ao que tínhamos previsto para crescer naquele mês", disse. "Sem esse susto teríamos feito mais do que o previsto. Como houve isso, fechamos com o inicialmente previsto", informou.
O executivo afirmou ter ficado com a impressão de que os varejistas se assustaram com as notícias e reduziram drasticamente os pedidos. "Mas o mercado já voltou ao normal", disse. A empresa cresceu 20% no último ano e projeta alta de 25% para este ano. "Estou muito seguro de que vamos conseguir alcançar o que estamos projetando", afirmou. Hoje, metade da receita da operação da empresa no Brasil vem das vendas de artigos de vestuário e a outra metade das vendas de calçados.
Segundo Simone, existem dois grandes mercados em que o potencial de crescimento da Lotto é maior: o Norte e o Nordeste. "Apesar dos estados das regiões Sul e Sudeste ainda concentrarem as vendas, nós estamos acreditando muito no Norte e no Nordeste, onde o crescimento pode ser mais rápido e mais forte", disse.
Para alcançar a região, a empresa está ampliando a distribuição e investindo em ações de marketing específicas.
Nacionalmente, a empresa amplia a cada ano o número de pontos-de-venda. Segundo Simone, terminou 2007 com presença em aproximadamente 700 pontos-de-venda e alcançou 2 mil em 2008. "Este ano vamos buscar 2,7 mil, 3 mil", disse.
Câmbio instável
Com a variação cambial registrada nos últimos meses, os produtos importados pela operação brasileira da Lotto devem sofrer reajuste de preços nas próximas importações. "Vamos rever nosso preços em janeiro. A tendência é aumentar um pouco", informou. No futuro, caso a cotação do real se estabilize, a empresa avalia iniciar exportar a partir o Brasil para todo o mundo, segundo Simone. Globalmente, a Lotto alcançou faturamento de € 300 milhões em 2007
Veículo: Gazeta Mercantil