A convicção no potencial de crescimento dos orgânicos independentemente da crise fez a Native agregar o azeite ao seu leque de produtos sustentáveis para ampliar sua participação no mercado. A estratégia da empresa é virar referência no setor e para isso aposta no novo produto para fortalecer sua presença em restaurante, bares e hotéis até então ocupados maciçamente pelo açúcar orgânico, carro chefe nas vendas da companhia. Além disso, a receita obtida com a venda de produtos sustentáveis são entre 30% e 60% maiores que a obtida com produtos convencionais.
A estimativa da Associação Brasileira de Produtores, Importadores e Comerciantes de Azeite de Oliva.(Oliva) é que o consumo anual brasileiro seja de 35 mil toneladas de azeite, com um consumo per capita de 170 gramas por ano. Em países como Grécia e Itália, essa proporção atinge 25 quilos e 12 quilos por ano, respectivamente. Esse potencial de expansão despertou a atenção da companhia, que foi buscar na região de Huaquén, ao Norte do Chile, a matéria-prima para seu novo produto.
A marca Native funciona como um "guarda-chuva" para abrigar a linha de produtos que surgiu a partir do açúcar orgânico, da Usina São Francisco, define Leontino Balbo, presidente do grupo. Atualmente, a usina é a maior produtora de açúcar orgânico do mundo e uma das pioneiras nesse tipo de certificação no Brasil. "O açúcar continuará sendo nosso carro-chefe, sem dúvida nenhuma. Queremos usar o azeite para ampliar nosso portfólio e fortalecer ainda nossa marca", explica o executivo. Além de açúcar e azeite, a linha de produtos orgânicos incluem ainda café, achocolatado, sucos de maracujá e laranja e cookies. "Nós começamos com o pacote de produtos para café da manhã. Atualmente, já temos 16 novos itens em desenvolvimento", disse o executivo, sem divulgar quais são.
Balbo estima que o crescimento das vendas no varejo sejam de 30% ao ano. "A base do crescimento ainda é pequena. Mas mostra a mudança nos hábitos de consumo". Para ele, a crise não deverá reduzir em grandes proporções as vendas porque o perfil do consumidor é de alguém convicto que busca qualidade e procedência na hora da compra.
Os números do faturamento da empresa refletem muito bem essa força. Há dez anos, quando estreou no nicho dos orgânicos, o grupo faturou US$ 800 mil com as exportações para 7 países. Em 2008, essa receita saltou para um total de R$ 85 milhões, proporcionados por um volume de 70 mil toneladas vendidas para 97 países. Balbo revela que cerca de 35% da produção do grupo é destinada ao mercado interno. "Há cinco anos esse porcentual era de apenas 4%", conta.
Veículo: Gazeta Mercantil