A Destilaria Usimat, em Mato Grosso, retomou os planos de processar 100 mil toneladas de sorgo granífero e, principalmente, milho para a produção de etanol na temporada 2013/2014. Inicialmente, a empresa pretendia utilizar o volume no ciclo 2012/2013, mas a escalada nas cotações do milho, após a quebra de safra dos Estados Unidos, frustrou o planejamento da usina, a primeira flex de etanol do Brasil.
A vantagem da Usimat é que produz etanol de cana durante a safra do Centro-Sul. Na entressafra, desde 2012, ela vem utilizando o milho.
De acordo com o diretor da usina, Sérgio Barbieri, a saca de milho vendida na região da usina está em R$ 11, bem abaixo dos R$ 20 observados na última entressafra de cana-de-açúcar. A destilaria processa os cereais quando as caldeiras para produção de etanol a partir de cana estão ociosas, já que o funcionamento simultâneo demanda muita energia elétrica, explicou Barbieri.
Para a atual temporada, a destilaria espera produzir 37 milhões de litros de etanol a partir de cereais, com uma produtividade de 37 litros por tonelada. No caso da cana, estima-se um processamento de 800 mil toneladas e produção de 68 milhões de litros de biocombustível - a produtividade deve ser de 85 litros por tonelada.
Instalada em Campos de Júlio, a 553 quilômetros de Cuiabá, desde 2007, a Usimat iniciou a montagem de equipamentos para produção de etanol de milho em 2011, com investimento de R$ 20 milhões. A fabricação desse tipo de biocombustível começou em 2012/13, quando foram produzidos 7 milhões de litros.
Produção comercial
Em meio a uma safra recorde de milho, o projeto pioneiro de produção de etanol de milho ganha força no Mato Grosso. A safra atual é a primeira em que a usina produz o biocombustível do cereal comercialmente. O biocombustível é uma alternativa ao etanol de cana-de-açúcar que depende de condições específicas para a fabricação.
O projeto, único do gênero no Brasil, começou a ser estudado há cerca de três anos diante do problema crônico de baixa liquidez e baixos preços do milho na região, diz o diretor da Usimat, Sérgio Barbieri. Além disso, via-se a possibilidade de utilizar o período ocioso da usina, entre novembro e março, para processar milho. Investidores da região sul do Brasil acreditaram na ideia e, no final de 2011, a usina de cana-de-açúcar localizada em Campos de Júlio, Mato Grosso, Região Centro-Oeste do País, recebia as primeiras adaptações para receber o grão.
Desde então, a indústria passou por várias fases de testes antes do processo de produção de etanol de milho ser considerado viável.
Veículo: DCI